sexta-feira, 31 de julho de 2009

Para ti - Por Claude Bloc


Foi para ti que abriguei a chuva
que calei o vento
e derramei-me feito perfume
nos confins da terra...
Eu te garanto
não toquei em nada mas para ti foi tudo,
tudo o que escrevi!
.
Para ti, criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei a fruta mais doce
e o sabor do sempre
sempre ficar.
.
Para ti dei voz
ao meu olhar
às minhas mãos
.
Para ti
abri os gomos das horas
verti as gotas do tempo
e voltei á rua
e revi a cidade ...
.
Para ti, sim, para ti
Escrevi este poema
e pensei que tudo estava em nós
desde outrora, nessa doce espera
no engano das horas
de tudo sermos donos,
e nada termos...
.
Para ti escrevi
simplesmente porque era noite e não dormíamos...
.
Para ti dediquei
Verso por verso
Em cada prosa
A cada momento
em que eu descia em teu peito
para me procurar.
.
Por Claude Bloc

3 comentários:

  1. Claude este trigo que entregas, à este pronome, tem uma universalidade de tal monta, que a entrega é mais que o pronome. Mesmo que esse não saiba "porcessar" a entrega, ela transborda além do pronome pessoal sobre o coletivo.

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  2. Emoção... Emoção...Emoção... Pura poesia !
    Um abraço

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