terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nada Não

O fogo não cessa,
o pavio não treme.

Minha tosse salva
apenas meus pulmões.

Teimo em queimar papel
na boca do fogão.

Chego a encostar a tocha
na mangueirinha do gás.

Digo a mim mesmo
que é brincadeira -
ninguém sairá ferido.

E o vento consome as fagulhas -
azuis, vermelhas e uma alma perdida.

2 comentários:

  1. Domingos, (na terça)...

    Gosto muito de ler seus textos. Consegue ser sucinto. Breve. E dizer muito em pouco.
    Uma pitada de idéias (in extremis) que desvendam o que vai atrás dessa cortina de crueza e realismo contundentes.
    O ato e o fato.

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  2. Quem critica teu poema é o meu coração.
    Ele diz que gosta, que sente falta quando tua página é branca.
    Se queimas teus versos,as fagulhas se recompoem !

    Abraços.

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