quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cinco para as quatro - Marcos Leonel




Eis um rio desaguado
Que solidão insólita aquela
Sem dentição aparente

Na margem direita
A desolação do velho sofá
Sem reino e sem níqueis
Retidos em segredos

Na margem esquerda
A disjunção onírica
Das cápsulas deflagradas
Que não decifram o inimigo

Na margem incontida
O prazer inafiançável de
Se dependurar em grampos
Sob a pele em sala escura

Eis uma inundação
De espermas nas pernas
Sem restrição aparente



Marcos Leonel

Um comentário:

  1. Postei por legítima saudade.
    Aguardando o teu pronunciamento sobre o livro.


    Abraços.

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