sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

transformação

a carlos rafael


eu que larguei lascas
do meu ser
nas curvas
e nas bordas
do caminho
vejo-me incompleto,
de espírito vazio,
o coração entregue
ao descaminho

sabendo-me um guerreiro
perdido de si próprio,
hoje sinto falta
do sorriso,
do brilho do olhar
que aprendi,
dos amigos
que o tempo engoliu,
do que fui
e já não flui,
o que vivi

olhos de peixe morto
eu ganhei
por causa da paisagem desolada
o que restou de mim?
não saberei,
talvez uma imagem
deturpada,
talvez um nome escrito
e que se apaga
nas portas de uma casa
assombrada

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