quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Estafa

Sobre minha cabeça
anjos decaídos
brincam de espadachim,

lá embaixo
meus peixes míopes
nunca me deixam morrer

para meu deleite
fantasiam-se de golfinhos
em magníficas acrobacias.

Bastam cinco dias
de atestado médico.

Cinco dias.
Apenas cinco dias.

Talvez na numerologia
o múmero cinco seja
o da transmutação.

Oxalá.

Então, ao término,
passarei a ser uma porta.

Não. Uma porta não.
Serei aquela tartaruguinha de pano
a segurar a porta quando bate o vento.

3 comentários:

  1. Essa tartaruginha de pano ao pé porta me é familiar...
    KKKKKK.......
    Bravo poeta !

    ResponderExcluir
  2. Buñuel,

    Sempre achei "essas tartaruguinhas" muito mais simpáticas do que aqueles trava-portas de ferro, mesmo os dourados.

    Um terno abraço
    Corujinha

    ResponderExcluir
  3. Edilma e Corujinha Baiana,
    duas almas espertas, sensíveis, instigantes, exploradoras das sete visões da Poesia...

    Carinhosos abraços.

    ResponderExcluir