terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Mormaço

Meus beijos sempre abissais.
Se a mulher vacila lhe extraio até a alma.

Nunca aprendi a dar selinhos.
Estalos monótonos de enfermo.

Minha língua de camelo
antes de tocar o céu da boca
alcança primeiro o coração da amada.

Se bem que passar três minutos beijando
uma lhama albina despenteada
deve ser fabuloso.

Assim quem sabe
aliviasse a saudade
da inigualável língua
da jararaca.

Ainda sinto seu veneno
entre meus dentes
e gengivas.

3 comentários:

  1. a alma
    que o beijo leva
    fica na cela da paixão.

    Selinhos não lacram
    a essência do amor
    selinhos é como mosca
    pousando na flor
    Beijo tem que marcar
    com ferro e fogo

    e ser cada um,
    no seu tempo...
    Incomparável !

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  2. São perigosíssimos
    os "beijos abissais".
    E para que a alma fique protegida, é necessário que se use
    um traje especial,
    uma verdadeira armadura.
    Senão ...
    Ai,da amada!Já era !

    Um terno abraço, Buñuel
    Corujinha

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  3. Vocês duas com seus doces trejeitos
    são sombras aprazíveis que me acompanham...

    Carinhoso abraço.

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