quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Nas grades da manhã - por Socorro Moreira


A chuva embala a minha dor
O gelo a faz adormecer
Trilax ...
Parece água do pote
Mata a sede
Não resolve !
É madrugada manhã
A cidade sonha
banhada de chuva.
Os pensamentos dispersos
não buscam soluções,
nem versos.
Entram e saem
de recantos diversos.
Canção da chuva
um arranjo dos céus
um maestro do tédio
uma toada encantada
no mistério dos véus.
Umedece o tempo
pede calma
cala o amor
agradece a passagem da dor.
O silêncio de todos
A surpresa vindoura
- um alô!
Vem de lá
Vai de cá ...
Nem sei quem
Nem sei mais ...
Tudo passa
Tudo cala
Tudo volta
Tudo traz
Num sol dourado
o azul imortal.
A manhã vai chegar
e os meus olhos estarão cerrados
no sonho que se aquietou
sem esperar happy hour.
Clareou
Apago a luz
me aconchego
nos muitos travesseiros
descarto o papel
mas antes,
rabisco outras palavras
que estão no bico da pena
pena dos amores
pena das dores,
e a esperança da alegria.
Como um dia
mais um dia...
de café, fruta e arroz
das descidas e subidas
de relógio e celular desligados
de TV ligada
na novela dos outros.
Poker !
Apostei mais uma vez
na paz do meu desejo !

por Socorro Moreira

4 comentários:

  1. Dear Socorro,

    Você escreve, viu menina/mulher?
    Escreve com a alma ,com a Psique,
    com a dor e o amor, com a sensibilidade de uma criança e com
    o cantar dos pássaros.

    Abração: Liduina.

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  2. Socorro,

    Sinto suas dores. Tento suavizá-las. Torná-las suportáveis, mas infelizmente não tenho em minhas mãos o poder da cura ou as transferiria para o espaço deixando você livre.

    Cuide-se, menina. Precisamos de você e de sua vitalidade e desse brilho nos olhos de menina danada... (risos)

    Abração,

    Claude

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  3. Eu escrevo
    tu escreves
    nós escrevemos !
    nem sempre o amigo está por perto...
    mas ele consegue nos ler... Sempre !
    Abraço Liduína e Claude !

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