segunda-feira, 1 de março de 2010

a estátua de Rodin

O meu destino é ser exímio açougueiro:
destrinchar versos.

A alma não tem nada a ver com isso.
Deixe-a quieta no seu sótão.

Vejo da varanda
a enorme lua cheia
bobona

à espera de um alfinete
ou uma unha.

Arrasto sobre os ombros
um dorso sangrando

e os pingos de sangue
espalhados pelo corredor

é a única forma do poeta
não esquecer o caminho de volta.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Buñuel,

    Embora não seja uma pintora, gosto de brincar com pincéis, telas e tintas. Devido a isso,muits vezes, fico a imaginar alguns dos seus poemas numa tela colorida, e o que "vejo" é impressionante. Sei que é muita pretensão de minha parte, mas já tive vontade, várias vezes,de fazer uma tentativa.Quem sabe ? Qualquer dia desse, eu me arrisco. Só não sei como será o resultado.rsrsrs

    Um terno abraço,
    Corujinha

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  3. Corujinha Baiana,
    arrisca-te!

    O resultado?
    Abriste uma janela.

    Carinhoso abraço.

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