quarta-feira, 26 de maio de 2010

Esboço
- Claude Bloc -

Mais uma vez uma página em branco. Branca e indiferente. Por um momento a mão começa a arte. Não sei se maior ou menor. Um esboço apenas a lápis. Um rabisco... e as palavras escondidas vão surgindo na brancura do papel, escapando em linhas.

De início, meros pensamentos esfumaçados. Vestígios de algum sonho dobrado em versos que corta a página ao meio sem piedade. Aos poucos o poema vai crescendo, rindo à toa e o sonho afiado vai se perdendo nos descaminhos da imagem refletida na transparência dos sentimentos.

Palavras farfalham no papel..dançam uma valsa, dedilham um violão. Representam apenas a (des)memória amarelando o passado. E os versos vão surgindo, um a um - unidos e ao mesmo tempo tão (des)iguais...

Palavras buscam a brancura do papel e se estendem preguiçosamente... A mão que escreve já nem desenha as letras, as palavras sequer existem nesse ajuntamento de verdades.
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Palavras ficarão inscritas na alma até que a noite as apague na escuridão, reciclando o fluxo da vida.
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Claude Bloc
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5 comentários:

  1. Eduardo Lara Resende26 de maio de 2010 às 08:27

    Entrei aqui para ler esse ótimo texto e garimpei um parágrafo (com sua licença) para reforçar texto que publicarei em Pretextos-ELR.
    Abraço.

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  2. José do Vale Pinheiro Feitosa26 de maio de 2010 às 09:08

    Claude, Claude,
    Bloc, Bloc, Bloc...

    Bloc sobre o irrealizado,
    Pousando sinais na soma das cores,
    Desde um universo noturno,
    Que preenche o vazio,

    Não apenas pingos de chuva,
    Mas numa coreografia de dores,
    De dobraduras e sentimentos,

    Um curso de passado e presente,
    e de futuro abaixo de tudo isso.

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  3. Claude Bloc26 de maio de 2010 às 10:48

    Eduardo,

    Esteja à vontade. O texto depois de publicado deixa de ser "meu" e passa a ser "nosso", (com)partilhado com quem o lê.
    Sinto-me honrada por poder colaborar com você.

    Abraço,

    Claude

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  4. Daniel Boris (Jacques)26 de maio de 2010 às 10:48

    Sempre me pego lendo orgulhosamente seus tons de versos,com cores,sons e harmonia que massageam a'lma desse seu irmão que lhe ama muito.

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  5. Claude Bloc26 de maio de 2010 às 10:50

    Zé do Vale,

    É emocionante quando nossas palavras chegam ao outro com tanta leveza.

    Obrigada, obrigada,

    Bloc, Bloc?
    Vale, Vale!!!

    Abraço,

    Claude

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