segunda-feira, 17 de maio de 2010

mandala - por Socorro Moreira




Existem mortes que não se preparam. Existem mortes que são dissolvidas, bebidas , esperadas.Nos ultimatos , uma porção de recados , que nem sempre chegam ao seu destino.
Hoje nos despedimos. O perfume já estava fora do ar. Tinhas uma energia nova , que eu não captara... Perdi o fio da meada de um sentimento , que não criou limbo. Eu te vi longe de todos os meus contextos.Eu ti vi longe e fora de mim. Mas abri os meus braços, e nos acolhemos para um último abraço.
Teus cabelos saíram contigo, embranquecidos de lua, ensolarado de vida. Nos demos conta das árvores que foram cortadas , e do último pôr-do-sol que assistimos.
O dia a dia renova o céu ... Estamos renovados , nos becos com saídas. Eu continuo no mesmo lugar. Tu continuas partindo. Não nos prometemos madrugadas , nem sorrisos cruzados .
Estamos soltos no tempo... As cartas dizem , que nos esquecemos.

Um comentário:

  1. Vejo o ciclo da vida
    Se fechar...
    Com sensação
    De missão cumprida.
    O semblante é de dor
    O sorriso é sem vida,
    Os olhos sem côr
    Da vida sofrida.
    Quando tudo cala
    A morte chega devagar
    Sem barulho
    Sem vulto
    Deita e fica
    A espreitar...
    Toma num momento
    Os corpos adormecidos
    E espera sem pressa
    Suas vidas levar
    Mas,
    Despertam mais uma vez
    E a morte foge depressa.
    Arrastam seus corpos
    Pelo caminho da sala,
    Sem pressa de completar
    O ciclo da vida.
    E assim seguem sem fôrças
    A espera de um amanhã
    Que será curto ou longo,
    No cochilar do divã.

    Edilma

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