domingo, 27 de junho de 2010

"Chove lá fora" - por Socorro Moreira




Tempos que a chuva não vinha pra ficar quietinha. Escureceu o céu, nublou o pensamento , pediu pão com café e um bom papo. Mas a chuva nos deixa introspectivos.Fico sentindo  o friozinho que saiu da barriga , e se espalhou  pelos braços.Gosto da rua molhada  e solitária . É como o recreio da alma, que passeia livre , e se embriaga
Acabei de fazer uma lista dos mestres do passado  para serem lembrados na festa do Cariricaturas. Foi como se  estivesse me matriculando no passado, mas podendo escolher a aula. Quero reprise das aulas de Dr. Zé Newton; as histórias  das viagens de Dona Lurdinha Esmeraldo;o conhecimento científico de Dona Ivone;as aulas expressivas de Alderico, e aquele desenho leve, perfeito de Dr.Zé Nilo.Na vitrola  do meu pai , umas valsas, em tom baixinho. Um bilhete amoroso , guardado nas caixinhas das saudades, e  aquela pétala de flor, que  eu não quis voando, mas  dentro de mim.
Vou calçar meu par de meias furadas , me enrolar no lençol de algodãozinho estampado,  e ler , pelo menos uma página,  de um livro de Jorge Amado.

3 comentários:

  1. A alma se expressa
    assim desta forma
    simples, verdadeira,
    plena de sentimentos:
    "e aquela pétala de flor, que eu não quis voando, mas dentro de mim."

    Belo.

    Carinhoso abraço.

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  2. Eita, meu discurso já está pronto.
    Abraço,

    Claude

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  3. Domingos ,
    Espero sua aterrissagem, no Cariri dos nossos encantos.

    Claude,

    Seu discurso tem quantas linhas?

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