segunda-feira, 7 de junho de 2010

Por Domingos Barroso

rumo perdido

Não há muito por que enlouquecer.
Os dias toscos.
As noites vazias.
Em pleno equilíbrio.

O teto desaba.
As paredes racham.
Não há mesmo por que enlouquecer.

A eternidade passa pela orelha.
O zumbido da mosca.

Toda mosca aprisionada
dentro do copinho de vidro
tem olhos de borboleta.

Fugiu-me a essência do pensamento.
Estava a falar sobre qual fantasma?

Enforco sombras
para escrever versos.

Mesmo que a plenitude
tenha sido alcançada

no marasmo do dia
na libido da noite.

Tenho que abrir a boca
às minhas botas
e xícara.

Alguém tem que fazer
o trabalho sujo.

Destrinchar o invisível.
Sentir os dentes trincarem.

por Domingos Barroso

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