quarta-feira, 14 de julho de 2010

"Cinderela sem sapatos" - por Socorro Moreira

Ontem rodei o comércio do Crato  pra comprar um sapato novo para o baile do Cariricaturas. Fui parar na "Azteca", sapataria de Seu Modesto, mesma rua, mesmo prédio, mesmo número.
Aí lembrei da minha mãe, tão linda e tão moça, no início da década de 60. Ainda menina-moça, eu queria antes dos 15 anos, uma sapato de broto. Nada de meias curtas, e fivelas no sapato, com formato de boneca.Mas não tinha independência no querer. E a minha mãe comprou o modelo que eu rejeitei. Ela queria segurar a minha meninice, e conseguiu!
No decorrer dos anos, usei  saltos Luiz  XV, sandálias altíssimas, do jeito que eu quis.
Ontem eu podia comprar o que eu gostasse, preto, vermelho dourado...Mas a danada da diabetes, ordenou um sapato confortável.
Só tinha duas opções : ou ficava de saltos, sem circular na  festa , ou comprava um sapato "moleca" pra caminhar pra todos os lados, e quem sabe, até dançar !
E sai com aquele pacote, no braço. Um sapato como usei aos 11 anos de idade, e como podem usar as "velhinhas" ,que precisam manter o caminhar aprumado..
É assim a vida ... Uma escada !
No começo a gente engatinha, depois pula os degraus de dois em dois... Mas,depois, começa a andar devagar, pra não cair , capengar, e ficar paralizada !
Mais tarde,  encontrei os meninos : Nilo, Stela, Vera Lúcia Maia e Ismênia, e contei o sucedido. Eles riram, e ainda sugeriram... Essa você  tem que contar pro  geral! E a ironia maior é que eu  havia insinuado , com respeito aos figurinos do baile . ..É  chique, caprichem , no visual ! 
Depois , podem tirar os sapatos !

4 comentários:

  1. Sres,
    A Sra Carmen Monegal não morreu, ver jornal O Estado de São Paulo e sites na Google.
    Espero corrijam esse grave erro.
    Obrigado
    14 de julho de 2010 05:43

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  2. Socorro,

    Tem alguém se queixando que Monegal não morreu. Mas eu tenho outra correção para você fazer. Na verdade o que a Cinderela teve foi o diferencial entre as possibilidades e o momento realizado, a que ela computou, por sentimento, como o irrealizado (ou frustração). Este é o diferencial entre os dois momentos: o das possibilidades e o acontecido. Por isso mesmo a vida não é curva ascendente seguida por outra descendente. Isso é curva de produtividade do capitalismo. A vida é outra coisa muito mais complexa assim como tu e este livro.

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  3. Fizemos a correção. Justo pedido !

    Desculpem o lapso.

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