sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O Curso do Céu - José do Vale Pinheiro Feitosa

Paracuru, 6 de agosto de 2010.



Vagaroso,
o tampão do dia escorregou,
atrás das montanhas azuis
da minha distância.

Quando me dei conta,
a luz do dia,
escoava inteira por ali,
no esgoto da existência.

Enquanto,
ouro de frontispício,
avermelhava-se o canto,
do escoado dia.

Secava,
toda a luz existente,
do recipiente do céu,
escuridez figurada.

E neste instante,
do fusco do perdido claro,
o céu era via láctea,
um novo luminar.

Sutil,
subentendida sabedoria,
silente verdade,
contemplativa nuance.

E o céu,
preenchido de vaga-lumes,
retirada de galáxias,
girou.

E no outro lado,
a monção de luzes,
vidente resplandeceu,
os poros da pele.

Não sempre,
alternada com a sutileza,
entre a paga da vida,
e a vida paga.

4 comentários:

  1. Zé do Vale,

    Sua ausência foi muito sentida aqui no Cariricaturas e também por entre as pessoas que lhe têm estima (como eu, Socorro, Edilma e todos os de quem você conquistou a amizade.

    Ficamos felizes por "revê-lo" por aqui e sobretudo pelo poema que nos oferece, talvez o mais lindo que possa ter escrito.

    Tocados/as por ele, lhe enviamos um abraço repleto de saudades.

    Claude

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  2. Ei, José,

    Sua inspiração chega bem aqui conosco.

    Abraço.

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  3. Do Vale,

    Alternando com sutileza
    entre a paga da vida
    e a vida paga.
    Lindo!
    Estamos sentindo a sua falta.

    Abraço !

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  4. No curso do céu a poesia é matéria principal.
    Zé é Vale doce , que enebria pensamentos, no curso do céu.
    A paga da vida é pena leve, se for paga todo dia.
    A vida paga as esperas.
    Recebemos agora o presente poético de quem esperamos a presença, noite e dia !

    Abraços

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