domingo, 5 de setembro de 2010

Súplicas do Entardecer - José do Vale Pinheiro Feitosa

Paracuru, 6 de maio, às 18:08 hs


Oh! Deus do tempo,
Do espaço criado,
Dos vivos colocados,

Dê-me o silêncio dos ventos,
O frio das vésperas da noite,
O farfalhar das folhas,
O rumorejar da água,
O canto da cigarra,
O latido do vira lata,
O choro da criança,
Sedenta do amor materno,

Oh! Deus da narrativa,
Cale a voz do carro de som,
Com seu grito de voto,
Genecias Federal,

Tão banal como a axé music,
O forró desfibrado,
A mentira descarada
Federal, estadual,
E com pouco a municipal.

Oh! Deus do mundo,
Não cale a voz da política,
Emudeça o grito dos farsantes,
Silencie a palavra vazia,
Abra o coração dos enganos,
Chute os templos vendidos,
Solte a consciência do mundo,
O pássaro do claro dia.

3 comentários:

  1. José do Vale,

    Parabéns pelo poema.
    Senti a consciência do mundo e o pássaro do claro dia.Percebi também a música embutida no farfalhar das folhas, no rumorejar
    da água e no canto da cigarra.
    O nosso torrão caririense é sedento
    de conscientização nestes moldes.

    Bom domingo: Liduina.

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  2. Zé do Vale,

    Que haja tempo e espaço
    Que haja espaço pro vivos
    Que os ventos silenciem
    o frio da noite escura
    Que as folhas farfalhem
    sutis como nossas águas
    Que as vozes não se calem
    Que os farsantes não blasfemem
    Que a conscìência não se apague
    Que o dia claro amanheça
    Que tua amizade não ser perca
    Que tua presença
    ..........seja farta.

    Abraço,

    Claude

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  3. E Deus que é Pai dos que não sabem o dizem, e dos que não sabem o que fazem (ou sabem?), fica lá no alto, acima de todas as coisas, com a sua eterna paciência, e sua infinita capacidade de perdão.
    Mas a gente tem pressa , pressa de sentir o mundo harmonizado , bem orquestrado, com o silêncio do entendimento , e a operosidade de quem trabalha pela saúde total do Planeta Terra.

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