sexta-feira, 15 de abril de 2011

O MASSACRE DE REALENGO


 
Disse que ia fazer uma palestra
e puxou dois revólveres
– as armas falam mais alto que a língua.

Atirou sessenta e seis vezes:
doze crianças caíram mortas na hora.
e outras doze foram feridas, algumas gravemente,

Um policial lhe deu um tiro na barriga,
ele suicidou-se em seguida.

Na mochila um papel com instruções
de como devia ser enterrado:
sem que mãos impuras o tocassem.

A dor nem a loucura justifica.
As crianças morreram na flor da vida,
como flores cortadas antes da hora.



3 comentários:

  1. Texto emocionante, José Carlos.

    Abraço,

    Claude

    ResponderExcluir
  2. Emocionante, repito. E, apesar do pesar, lindo poema. Uma lição para nós, pais & filhos.

    "E que Deus salve todos nós..."

    ResponderExcluir
  3. Brandão,

    Gostei muito do seu texto.
    abraço,
    Marcos

    ResponderExcluir