domingo, 26 de julho de 2009

Flores - Por Domingos Barroso


Fecho bem os olhos
e vejo a clareza do abismo

sem volta,
sem testemunho.

Os cabelos brancos,
o coração enlouquecido.

Junto conchas,
chuto seixos

ora cabisbaixo,
ora queimando a vista.

O céu tão azulado
quanto aquele lençol
do hospital.

As xícaras da infância,
os odores dos meus avós.

Fecho bem os olhos
e tudo que vejo -

um velório na esquina,
um saco plástico cruzando a praça.

Um comentário:

  1. Meu pai com um "fumo" no bolso da camisa, e uma tristeza infinda.


    Esse poeta me faz lembrar das flores.


    Abraços.

    ResponderExcluir