sexta-feira, 31 de julho de 2009

Poema-Orgasmo- Por José Carlos Ary dos Santos

De sílabas de letras de fonemas
se faz a escrita. Não se faz um verso.
Tem de correr no corpo dos poemas
o sangue das artérias do universo.

Cada palavra há-de ser um grito.
Um murmúrio um gemido uma erecção
que transporte do humano ao infinito
a dor o fogo a flor a vibração.

A Poesia é de mel ou de cicuta?
Quando um Poeta se interroga e escuta
ouve ternura luta espanto ou espasmo?

Ouve como quiser seja o que fôr
fazer poemas é escrever amor
e poesia o que tem de ser é orgasmo.

ARY DOS SANTOS, José Carlos, "Obra Poética", Edições Avante, Lisboa, 1994, p.415

(Hoje é dia Mundial do Orgasmo)

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