terça-feira, 25 de agosto de 2009

Doméstico

A centelha dos meus olhos
o esmalte dos meus dentes
com o tempo perdidos
nas Cruzadas,
no arrebatamento

e a alma sonhadora
nada mais era
uma chaleira fumegante
a lançar vapores.

Meus cabelos pretos outrora
hoje um couro cabeludo esbranquiçado

e o andar tão altivo
agora no meio do caminho
as pedras fazem fila.

3 comentários:

  1. tua alma poética ?
    - Cada vez mais verde !


    Abraço

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  2. Vejam a "sacação" da última estrofe deste poema. De um poema sobre a mudança e a limitação, quando as pedras fazem mais presentes nos passos trôpegos.

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  3. Socorro,
    José do Vale Pinheiro Feitosa -
    costumo ouvi-los em um silêncio verdadeiro e profundo.

    Abraço-lhes a alma.

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