quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Para Nívia Uchoa, Pachelly Jamacaru, Dihelson Mendonça, Wilson Bernardo e Claude - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Um trecho do conto sobre a viagem de João de Barros do Crato a São Paulo:


O que se revelará quando se fotografa e tudo que se impregnou nas partículas fotossenssíveis ainda se guarda no interior escuro da máquina? É sempre uma expectativa para o fotógrafo que a realiza. O enquadramento foi correto, o foco ficou preciso, a velocidade do diafragma estava adequada, a iluminação incidia do modo como se queria sobre o ser fotografado? Ao enquadrar-se no centro ou na periferia, um corpo em face dos outros na cena, a composição se revela, como numa pintura do renascimento. A nitidez do foco define com precisão o conceito do que se deseja capturar. A velocidade em razão das luzes, mas essencialmente em motivo dos objetos em movimento na cena, revela o instante como nenhuma outra função da fotografia, pois não revela a pose, revela o átimo de algo em mutação. Agora veja aonde se estabelece todo o drama da fotografia. Todo ele nasce da iluminação sobre a cena e os atores dela. Suas sombras, suas iluminuras, suas partes explosivas de luzes, formam o drama das relações dos objetos na cena e de seu eterno destino na crosta terrestre, em dependência da luz solar. É o que revela a fotografia.

2 comentários:

  1. O Fotógrafo é o artífice da Luz. Cabe a ele dosar entre luz e trevas, uma realidade que só ele percebe e que revela ao mundo.

    Abraços,
    Obrigado pela homenagem.

    Dihelson Mendonça

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