sábado, 12 de setembro de 2009

O Silêncio - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Para Claude Bloc em seu ruidoso silêncio



Calar-se, não dizer palavras.
Privar-se de pronúncias,
Escritas, cantos e ruídos,
Inexpressão dos pensamentos.

Eis que o silêncio pode ser a paz,
A paz da conformidade ao entendido,
Pois jamais há em nós mais que mudez,
Uma vez que somos o mundo contido.

Uma vez contendo o mundo,
Todos os ruídos dele estão em nós,
Mesmo quando se faz silêncio,
Silêncio de cordas vocais.

Mesmo que todos os sentidos cessem,
Haveria o ressoar do tempo vivido,
A corrida do sangue na trama ingente,
Os gases respirados, os sólidos mastigados,
Os líquidos deglutidos e a pele ensolarada,
Todos os elementos da velha história.

Um comentário:

  1. José do Vale,

    A você que entendeu e ouviu meu silêncio

    A você que soube conter o silêncio

    A você que despertou os ruídos da alma antes que os sentidos cessem

    A você que também respira, canta, deglute e se projeta ao sol

    A você que faz parte desse silêncio ruidoso,

    Meu abraço

    E que o sábado lhe seja pleno em sorrisos e risadas de alegria cristalina

    Claude

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