domingo, 27 de setembro de 2009

Trato com o Crato- Por: Ulisses Germano


O Crato tinha índios

Rios limpos, muitas fontes

Mas veja o que a especulação fez !

Anda triste pelos cantos

Com as fachadas rachadas

Nas tradições rechaçadas

Da parede quyebrada

Do café Cinelândia


Embora tudo isso acontecendo

Por ar e graça de uma estética alienada

De um provincianismo tacanho e rústico

O Crato não perdeu o encanto

Que o desencanto de muitos

Ainda consegue enxergar

Pífanos de uma aldeia extinta

Reisado de águas passadas


Não quero me apronfundar

Quando cheguei o estrago estava feito:

Índios na praça enterrados

Relíquias dos Cariris roubados

Ruas de nomes adulterados

Rio transformado em canal

Sinhá D'Amora passando mal

A morte do sapoti de Pe. Lauro ...


Oh, Crato do Cariri !

Que ainda me faz sorrir

Com os amigos que construí

Faço agora um trato contigo

Não tenho saudade do antigo

Mas serei eternamente grato

Por ter comido no mesmo prato

De Correinha e Mestre Aldemir !


Ulisses Germano

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