segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cecília Meireles - LEVEZA - (dia das aves)

“Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão.”

(Cecília Meireles)



LEVEZA
.

Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.

E a cascata aérea
de sua garaganta,
mais leve.

E o que se lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.

E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
.

E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.

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Nota:

Minha identificação com Cecília Meireles é instantânea. Como se ela tivesse escrito tudo o que quero dizer. Ou tivesse sentido o mundo da forma que o percebo. .

Claude Bloc
.

2 comentários:

  1. Claude,
    eu também amo Cecília desde que a conheci na famosa década de 60. Vê que leveza: "O vento voa/a noite toda se atordoa/a folha cai./ Haverá mesmo algum pensamento/ sobre essa noite/sobre esse vento/sobre essa folha que se vai?"
    Sabia que você é leve, Claude?
    Claro, é poeta! beijos.

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  2. Obrigada Stella,

    Quando comecei a escrever Antonio Edson Libório, irmão de Darci e Salete Libório, me dizia que eu tinha uma temática e um estilo que lembravam os poemas e escritos de Cecília Meireles. Me debrucei sobre a obra dela e foi imediata a identificação.

    Claro que busquei minha identidade, mas de qualquer forma, como ela "tenho fases como a lua".

    Abraço a você,

    Claude

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