domingo, 18 de outubro de 2009

Naus

Sou um sujeito trôpego
inconstante, dentes amarelos

nem mais formiguinhas
e pequenas lagartixas
acompanham-me a solidão rasteira

caem lâminas afiadas
pedras pontiagudas
brasas vulcânicas
tédios, marasmos

mas germina-se em minha mente
uma plantinha cheirando a nova vida
e presentes.

Talvez por avistar entre loucuras
uma garrafa vazia.

Quase quarenta e quatro anos -
os mesmos arrebatamentos,
a mesma garrafa vazia.

2 comentários:

  1. Se ainda germina uma plantinha , já vejo a poesia prenha ...Sempre, em cada instante da tua vida !
    A garrafa seca, e a fonte líquida da inspiração é inesgotável !

    ResponderExcluir
  2. Minha garrafa vazia encheu-se de sementinhas a serem lançadas no mar em busca de terras férteis...

    Bom te ler, menino.

    Abraço,

    Claude

    ResponderExcluir