quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Respostas ao desafio - Foto de Dedê Cariri


Casa do meu refúgio
Pintá-la, desejo .

Deslocar a cadeira da espera
Substituí-la pela acolhida do abraço
enquanto o café
desprende seu cheiro .
Casa dos barbeiros
alocados em seus buracos
Dos grilos,
nos ensopados do chão .
Da rede na latada detrás
armada em dois pés de algaroba.
Casa de um corredor curto
um fogão de lenha
uma carne de sol na trempe
um crucifixo no leito
e uma goteira
em cima da gente
Quero água na caneca ou
filtrada ,
"na concha das tuas mãos
e absorvida pelas
minhas mãos rendeiras.
Um cacarejo, um trinar,
e um gato de olhos verdes,
a me espiar.
Ainda vou aguar minha roseira
debaixo do pé de maracujá.

Recorto uma janela, nas telhas
e deixo o céu me guardar!


Ah... Esqueci que tem um papagaio,
que chama Maria de querida.
Preciso arrancar
um pé de cansanção
do meu coração !


Socorro Moreira


Uma parede,
uma cadeira
e uma porta que serve de janela.
Não há lugar para mais nada.

O Sol pede passagem.

Lá num canto,
a cadeira preocupada
observa
a porta que se abre
para deixar entrar o Sol.

E agora ?
Terá ela de sair ?

.

Corujinha Baiana

Atrás de uma porta partida ao meio
Num canto da sala, uma cadeira vazia...
Um coração partido de saudades quem sabe!
Por um alguem que jamais sentará nela.

.
Maria Amélia Castro

O simples é muito simples
O fácil é muito fácil
Nesta casa mora a dona
Rainha do meu palácio
Seu trono é de Bodocó
Seu canto, cocoricó
De um galo chamado Inácio.

O humor nos livra do tumor
Avia!!! o arroz queimou

Ulisses Germano

Conheço essa cadeira
couro de bode
na minha infância
sentei tantas vezes
sentei tantas vezes
e aporta continua aberta
esperando o menino voltar
com aquele sorriso
com aquele sorriso
de quem pegou um passarinho
de quem achou um ovo quentinho
mata tua fome, meu filho
é a minha vó me abraçando
com seu hálito de cachimbo
com seu avental ainda úmido

Domingos Barroso

4 comentários:

  1. Conheço essa cadeira
    couro de bode
    na minha infância
    sentei tantas vezes
    sentei tantas vezes
    e aporta continua aberta
    esperando o menino voltar
    com aquele sorriso
    com aquele sorriso
    de quem pegou um passarinho
    de quem achou um ovo quentinho
    mata tua fome, meu filho
    é a minha vó me abraçando
    com seu hálito de cachimbo
    com seu avental ainda úmido

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