Minha vida inteira
de sobressaltos
e silêncio.
Alma saltitante
sobre brasas
e cascas de ovo.
Cicatrizes,
joelhos ralados,
olhos por destino
sempre lacrimosos.
Os objetos comovem-se
com meus espasmos,
com minha baba mediúnica.
O ventilador corcunda
tenta arrancar suas hélices quebradas
em oferenda à minha solidão.
A escrivaninha curva-se aos meus pés
e puxa as cutículas das minhas unhas tortas.
Louvo-me a mente ínfima,
sujeito-me ao espanto do cotidiano:
ó ventilador corcunda,
ó submissa escrivaninha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário