Quem tirou minha armadura
não sabia que toda brisa
de planície arenosa
purifica almas -
eis-me renovado
espinhas carnais no queixo
o olhar firme
bem mais contemplativo.
Lavo os pratos,
ouço os devaneios do meu filho
[entre os dentes uma espinha de peixe
me pede mais cuidado com as sensíveis gengivas]
...
Quem arrancou do braço meu escudo
não imaginava que a lua do pântano
encanta nosso lado sombrio
surpreendente como um suspiro
sem nada desejarmos.
Lavei os pratos,
meu filho comeu seu macarrão
e talvez ainda me faltem roubar
os cílios envelhecidos -
muito fracos não caem
orgulhosos se agarram
às últimas remelas.
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