segunda-feira, 2 de novembro de 2009

SONETO DO DESMANTELO AZUL - Carlos Pena Filho

SONETO DO DESMANTELO AZUL

Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.

2 comentários:

  1. Meu Deus, que lindo !
    Esqueci todos os outros amores... Até Bandeira !


    Stela, quero desse poeta , a obra inteira !

    ResponderExcluir
  2. Sauska,fique aperriada não essa menina, de pernambucano eu entendo! (risosss).Principalmente os poetas.

    ResponderExcluir