sábado, 5 de dezembro de 2009

Lágrima de Sangue - por Domingos Barroso

Peço-te um olhar caridoso
sobre as minhas chagas abertas.

Se possível um beijo,
uma lambida.

Quando um riso torto
tremer no canto dos meus lábios
foge: é o diabo saindo da garrafa.

Supremo mendigo,
aonde vais tão apressado?

Tua felicidade um apego constante.
Por que tanta loucura em salvar almas?

Se de teu agrado,
um olhar complacente
sobre a cicatriz latejante.

Mas não esqueças do beijo
nem da sincera lambida.

Sou um moço fraco
perdido

ora festivo,
ora mortalha.

Morto,
tão morto,
querida...

Olha:
sequer mexo os olhos
quando escrevo.

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