terça-feira, 19 de janeiro de 2010

versos que caem do além

O meu coração foi esmagado
por um moedor de cana.

Agora quem quiser garapa
terá de beber meu sangue.

As vampiras da minha rua
adoram a notícia.

Fazem fila.

Cada uma elegantérrima
com um canequinho de alumínio na mão.

" Seu moço, quanto custa
tua solidão tão doce?"

"Até a borda
sem gelo
é de graça,
madame."

Responde o torpe ambulante.

4 comentários:

  1. Eu vim do além
    e bebi um verso vermelho
    doce, que nem garapa.
    Garimpando a tua mina
    eu acho a moagem da vida,
    num engenho poético de sonhos
    e realidades ...
    Surrealismo !

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  2. E com gelo, quanto custa ? Cê sabe...com esse calor ...

    Um abraço, Buñuel

    PS:Um dos seus poemas que eu mais gostei.
    Outro abraço

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  3. Corujinha Baiana,
    escreve mais sobre tuas profundas
    e encantadas reminiscências...

    Carinhoso abraço.

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