sábado, 17 de abril de 2010

Enquanto escuto o barulho da chuva ...- por Socorro Moreira

Chove
Estive entre o PC e a varanda.
Na cabeça uma preocupação
No peito uma ardência ...
Tenho pensado em mamãe.
Já tentei rezar as orações que ela me ensinou.
Lembrei todas as suas fases de vida
Suas dores e alegrias...
É tão viva a sua presença !
E é com essa mulher que eu entendo
todos os dias da minha vida.
Fui a baunilha do seu bolo...
"O avental todo sujo de ovo... "
Como começar tudo de novo ?
De onde viemos?
-É pra lá que a gente vai,
do jeito que imaginamos.
Meu céu é boêmio.
O dela é sagrado...
Como nos cruzaremos?
Pro amor,
deixo o encargo !

Um comentário:

  1. Socorro, querida amiga:

    Tens pensado em tua mãe...e como ela buscado um caminho de harmonia e entendimento da vida, das pequenas e grandes aprendizagens. E te pertuntas: como começar tudo de novo?, como nos cruzaremos? De onde viemos? É tudo tão simples e tão misterioso, mas creio que no final do teu poema encontraste a fórmula certa, deixando que o amor se encarregasse de tudo. Nesse caso vejo o amor como entrega e contemplação, numa atitude mais netuniana, recorrendo aqui aos ensinamentos da astrologia.

    Pos é amiga, penso que teu avental também conhece a cor e o cheiro do ovo;
    tua oração também alcança o ouvido divino;
    pois que teu céu é boêmio, sim, mas é também sagrado, já que as coisas da terra se misturam com as do céu, o profano abraça o sagrado. É essa nossa busca, é isso que alimenta nossa alma: buscar beleza e grandeza nas infinitas coisas pequenas do nosso mundo. A centelha divina está em tudo e em todos.

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