domingo, 11 de abril de 2010

VENTO CAMARADA - Por Marcos Barreto de Melo


Quando pego a esquecer
Do meu saudoso torrão
A saudade vai embora
No peito vem a leveza

Mas, um vento camarada
Logo me chega em rajada
Só para me avisar
Que não posso te esquecer

Vem descendo pela serra
Assobiando nas curvas
Trazendo o cheiro das flores
Do piqui, do marmeleiro

Sem medo desce a ladeira
Faz curva na gameleira
E ao passar na capoeira
Levanta pó, faz poeira

Também faz medo a menino
Levanta a saia da moça
Passa no meio da feira
Dá nó em ponta de corda

E a mocinha agoniada
Reclama, fica afobada
Sem saber que esse vento
É meu velho camarada
Que veio aqui apressado
Somente me convidar
A rever o meu Cariri

Marcos Barreto de Melo

4 comentários:

  1. Bravo, Marcos !

    Soube que esteve no Crato... Ficou me devendo uma visita, sabia?


    Grande abraço.

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  2. Gostei Marcos, parabéns!


    Abraços


    Magali

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  3. Marcos
    Você tem o dom de lapidar fatos banais e transformá-los em jóias raras. Grande poesia.
    O Cariri é para deixar saudades mesmo.
    Abraços

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  4. Amigo(a)s do Cariricaturas,

    Obrigado pelos comentários. A gente sai do Crato, mas não esquece da terrinha onde nasceu. Estive lá recentemente e voltei orgulhoso de tudo que vi. A nossa região é muita bonita e nós precisamos valorizá-la sempre.
    Abraço a todos.

    Marcos

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