domingo, 16 de maio de 2010

Nada - Para Ivo Valença i.m.- Por Everardo Norões


Nos caminhos da boca
as palavras eram seixos,
às vezes, espadas.
Nem o cuspe seco
desembocou na estrada,
onde doía a noite,
e desfalecia a água.

No meio do escuro,
um escarro de luz
iluminou-lhe a cara.

Os nomes sumidos,
vidros partidos,
despertaram os jornais.

Nada.
Nos caminhos da boca
as palavras eram peixes.
As vezes, punhais.

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