segunda-feira, 12 de julho de 2010

Do poeta Domingos Barroso


Quando aquele bicho papão
cheio de gracinhas e maldade
tentar te seduzir com tristeza

por vez, espanta o nefasto:
és uma sacerdotisa
e tens força pra isso.

Mas se o bicho danado
ainda permanecer te roendo
a alma

ameaça-o com o dedo em riste
e urra bem forte:
" sou uma sacerdotisa,
não vem!"

Se o maldito fizer pilhéria
a sorrir e te encabular

então não terás outro jeito
senão pegar na minha mão

e juntos disparar um ramalhete
de versos (deixa que os meus
são de pólvora e aço)

enquanto os teus
(como assim deve ser)
de branda serenidade.

Aprende apenas,
minha doce sacerdotisa,
que essas tristezas

que nos abatem a alma
por um ou outro motivo

devem passar
nem que seja na marra.




Do poeta

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