domingo, 4 de julho de 2010

O Que Brilha

Com estas mãos
que desejo tua alma.

Distante do meu corpo
teu perfume.

Some do meu arrebatamento
tua melancolia contida.

Sou duro, um tronco,
uma noite sem dormir.

Não me procures nos sonhos.
Não tentes me ver na pracinha.

Perdi aquela vida antiga
feita de licores e azedumes.

Logo vem o crepúsculo
e já engomo o terno escuro.

Não me entendas em outra cidade.

Terás de abraçar minha alma
sentindo meu choro e o aperto do peito.

Mas te aviso (e te aviso constantemente)
sou duro, um tronco, uma colher de sopa.

2 comentários:

  1. Fim de tarde
    boca da noite
    domingo sem reza
    inquieta
    na paz que a reza traz
    nostalgia
    penso em ninguém
    entro e saio
    e acho um poema
    que a tarde ofereceu ao povo
    escondido
    na mesma tristeza.
    Não procuro mais
    Acho por acaso,
    e não reconheço...
    Mas o riso de Sofia
    tem a inocência
    de quem não viveu.

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  2. Sacerdotisa,
    sinto teu poema
    de um sopro só,
    um só olhar. Lindo.

    Carinhoso abraço.

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