sexta-feira, 16 de julho de 2010

o que vejo

estendo a mão
pra o fio de seu olhar
a sombra do rosto
se quebra quando olho
pra trás e está seco o dia

é o que vejo
desta margem sem poesia

o tempo começa
com a palavra nunca
quem sabe
são as corda de um violão
três vezes vibrando
agudo!
grave!
alguém que entende a música
do tempo que vem
pra salvar seu dia

é o que vejo
desta margem sem poesia

homens descontrolados
eu não sei
mulheres mortas
que precisavam de alguém
pra lhes dizer:
sem você o que seria do meu dia?

é o que vejo
desta margem sem poesia

afiam o peito
na pedra que desgata o tempo
pra recortar o silêncio
e fazer uma roupa
de vestir a nudez do dia

é o que vejo
desta margem sem poesia...

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