quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Inanimado

As paredes são paredes.
As xícaras são xícaras.

Teimo em vê-las de outra forma.
Alma e humores.

Esta é a desgraça cotidiana.
Pois ao andarem meus olhos
em torno da casa

as paredes acabam monges
e as xícaras crianças.

Esquecem-se de ser
ou esqueço que são
naturalmente coisas.

2 comentários:

  1. Nós que não nos bastamos, e queremos atribuir a nossa insuficiência às coisas, que não têm nada com a história.
    Abração.

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  2. José Carlos Brandão,
    é exatamente isto.

    E ainda supomos
    loucura dos objetos.

    (Mas como nos bastarmos
    com esses nossos olhos
    qualquer motivo voam?)


    forte abraço,
    Poeta.

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