domingo, 8 de agosto de 2010

Oitavo Mês - por Domingos Barroso


No mês de agosto
deixo partes do meu corpo
pelos bares:

sobre a mesa
do inferninho mais triste

meu coração altivo
dentro de um copo
agoniza.

Já perto do banheiro
meus olhos perdidos
erram de porta

e são fritos
na cozinha.

No mês de agosto
não tenho alma

nem outras donzelas
a me salvarem da vida.

No mês de agosto
minha morte
é clara.

Transparente.


 por Domingos Barroso

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