domingo, 28 de novembro de 2010

Ao Mestre Dominguinhos - Por Marcos Barreto de Melo


CORAÇÃO ESTRADEIRO

nesse cavalo de aço
sem arreio, sem espora
levo um sorriso, um abraço
viajando mundo a fora
sou andante sanfoneiro
nasci pra tocar baião

meu coração estradeiro
tá sempre alegre, feliz
vivo cantando o amor
e a vida da minha gente
andando sem paradeiro
por este imenso país

caminhoneiro disfarçado
enfrento qualquer estrada
na seca ou na invernada
sigo o roteiro traçado
dias e dias sem lar
só pra meu povo cantar

trago no peito a sanfona
que num acorde dolente
faz renascer a saudade
da terra pura e pungente
ou de uma antiga paixão
que ficou lá no sertão

rodando, cortando chão
na poeira do sertão
ou numa grande cidade
vou cumprindo a missão
sem esquecer a lição
com a mesma simplicidade

cada fronteira cruzada
é uma etapa vencida
é mais um passo na vida
mas, é também despedida
uma saudade incontida
de quem ficou na estrada

2 comentários:

  1. Esse poema precisa de melodia .
    Dominguinhos é bom demais.Merece esta homenagem.
    Parabéns, Marcos !

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  2. Marcos,

    Socorro tem toda razão, tens que buscar um parceiro para musicar este poema.
    Parabéns!!!

    Abraços
    Aloísio

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