Eu escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens.
Arthur Rimbaud
Minha Boêmia
(Fantasia)
Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!
O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.
Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;
Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!
Arthur Rimbaud

Rimbaud risco um rastilho de pólvora quando ainda estava imberbe e antes dos 24 anos de idade havia queimado toda a sua alma poética em texto. Foi exercitar a vida da europa colonialista entre a Península Arábica e o Chifre da África. Vendeu armas para as guerras coloniais, dizem que escravos também nas rotas secas do Deserto do Ogaden, entre o Platô da Etiópia, o mediano de de Harar de onde partiu numa jornada de dor com um tumor maligno numa das pernas. Morreu em Marseile querendo retornar para sua vida de comércio.
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