sábado, 6 de novembro de 2010

SONETO I - por Everardo Norões

SONETO I

Agonizavam os rastros de novembro.
E os meus ossos, cansados das neblinas,
do�am, no concerto das esquinas
da cidade, onde um dia, ainda me lembro,

penetrou-se de escuro a minha alma,
quando um c�o, a ladrar contra o sol-posto,
mordeu o lado oculto do meu rosto
e deixou seus sinais � minha palma.

Lembro-me que era de tarde. Ainda chovia.
O eco dos espelhos conduzia
meus passos que jaziam pelas ruas.

Havia o som da �gua que ca�a.
E no horizonte, al�m da agonia,
um cemit�rio de meninas nuas.

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