domingo, 12 de dezembro de 2010

Santidade

O milagre acontece:
o meu coração quieto
inexplicavelmente quieto.

E assim a cada lúcido olhar vejo um raio alaranjado
mudando de forma na parede (chaminés, passarinhos,
fios de alta tensão) .

Não morrerás tão cedo, meu velho.
Diz pras tuas botas que logo as calçadas de volta.

O dia que amanhece é o primeiro dia da tua vida
e assim (a cada dia atento) eis a eternidade te dando sopa.

Bebe tudo,
tudo. 

Lembra-te do mingau das borboletas
naquele tempo de inocência e espanto.

A eternidade tem este gosto:
mingau das asas da borboleta.

2 comentários:

  1. Domingos,

    Adoro suas poesias...
    Mas esta que você fala que a "eternidade tem este gosto: mingau de asas da borboleta"Arrasou!

    Parabéns e um abraço: Liduina.

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