sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Seiva
- Claude Bloc -

Muitas vezes me escondo
Me transformo
Me deleito
.
Sinto-me fluida
dentro da árvore,
em seu oco,
em seu silêncio.

Outras vezes sou seiva,
estou nas sementes.

Meus pés se misturam com as raízes,
caminham dentro da terra,
reconhecem nela o rumor do tempo
na noite subterrânea.
.
Meus braços balançam no espaço
são galhos,
minhas mãos se espalmam
saboreando o vento
bebendo-lhe o frescor:

eu e a árvore
o mesmo pensamento.
A imobilidade frágil das horas
A vida, os sonhos.

Claude Bloc

5 comentários:

  1. Claude

    Perfeita esta sua simbiose com a árvore!!!
    Parabéns.

    Abraços
    Aloísio

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  2. Claude,

    Arrebentou Claude Beth Bloc Boris!
    Nas fotografias passo a passo com a poesia.
    Belo presente para começar meu dia!

    Até mais tarde ...
    Beijo !

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  3. Claude,

    No texto você se mistura com a natureza; ou seja, empatiza com a mesma. Ora é seiva, depois semente e até raiz...Interagiu com a(as) árvore(s). Parabéns!

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  4. Aloísio, Edilma e Lidu,

    Quem em algum momento não se sentiu árvore?

    Muitas vezes pela força, outras pela placidez, outras tantas pela imobilidade, ou seja, por estar ciente de tudo e nada poder fazer...

    Mas esse "passeio" por dentro da árvore e de si ao mesmo tempo, sentindo-se fluir como a seiva a gente faz num momento de reflexão e de tomadas de iniciativa.

    Ando assim sentindo que preciso me sentir parte de todo para me reacomodar ao mundo.

    Abraços aos três na minha seiva da amizade.

    Claude

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  5. -Parabéns, Claude, pelo BELO texto!

    Abraço,

    Palloma Almeida.

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