sexta-feira, 22 de abril de 2011

 Não há poeta
- Claude Bloc -



Hoje não há poeta, creio,
então escrevo à toa
e no meu canto
fecho a gaveta simplesmente
e estanco.

Hoje o sereno prendeu-se nos rebites da noite
e foi tanto espanto, e foi tanta graça
que levantei as mãos para apanhar a lua
e num instante
recolhi as cores de minha saudade
estendi o manto da simplicidade
E tentei dormir.

E foi tanto espanto, e foi tanta graça
que levantei as mãos para apanhar a lua
e escrevi t/meu nome no  meu travesseiro
Aos poucos
derramei a noite em minha vida
e lhe dei essa lua de presente.

Escrevi,sim, sem saber,  metáforas
Fiz-me poeta
Inquieta e inculta
e deixei a lua branca e soberana solta no céu.
E naquele momento,
nesse mesmo instante
a noite escorreu por entre meus dedos...
e foi tanto espanto, e foi tanta graça
que levantei as mãos para apanhar a lua
e... nasceu o poema.

Claude Bloc
 

Um comentário:

  1. Claude,

    Um poema com este não pode ficar sem comentário. Seria injusto demais...
    Parece que seu livro está a cada dia ficando mais próximo e os seus poemas mais bonitos...
    Parabéns pela foto e pelo exelente conteúdo.

    Beijo!

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