terça-feira, 17 de novembro de 2009

Brandura - Domingos Barroso

Absolutamente nada desejo -
grana, mulher, as sete virtudes.

A felicidade percebo
é esse sobrado aberto -

sem nuvens no alto,
sem folhas secas pisadas.

Basta meu cafezinho quente
e o riso do meu filho
antes de ir à escola.

O dedo no nariz,
uma melequinha aprazível.

O meu anjo da guarda me diz
que não é de todo seguro
essa túnica transparente

enquanto meu lado sombrio
rói as unhas neurótico.

Agora sou eu
quem limpa o nariz
e sorri de soslaio.

Também não desejo
essa falta de querência
por eternidade.

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