segunda-feira, 12 de abril de 2010

A POESIA DE JOSÉ AUGUSTO SIEBRA 1881-1960

VIAGEM AO INFINITO

Galguei o espaço infinito
Pelo alto pensamento
Rompendo a força do vento
Do ar o denso granito.

Pisei todos os planetas,
Signos, cometas também.
Vi tudo que gira além
Mas não vi quatro trombetas.

Não encontrei o Altíssimo
Nem o trono da verdade
E de lá voltei certíssimo
Descrendo da eternidade.

Mas de volta encontro o ar
Em profunda escuridão
Com o estridor do trovão
O corisco a fuzilar.

Acho, Deus, encontrei jeito
De crer na sua existência
Imploro sua clemência
Com a mão cruzada ao peito.

Deus! Oh, Deus! Senhor perdão!
Perdão se esta poesia
Ofendeu-Te a primazia
Sob o peso de tua mão.

Pois, Senhor, ao infinito,
Galguei pelo pensamento
Reconheci teu portento
E o quanto sou pequenito.

Teu poder sublime e forte
Os meus olhos lá bem viram
Se os meus versos te feriram
Perdão Deus! Manda-me a morte.

2 comentários:

  1. Stela,
    a poesia nos acompanha !

    Agora conheço o teu avô... Ele voltou na poesia.

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  2. Stela, já ouvi algumas canções do Zé Augusto, através das meninas de Maria de Cazuza.
    É importante dizer que José Augusto Siebra, hoje, é nome de rua em Ponta da Serra.
    Com muito prazer irei reproduzir sua postagem no Blog da Ponta, como também , no nosso jornal

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