Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sábado, 1 de agosto de 2009

É O AMOR ....CHICO XAVIER



Vida: É o Amor existencial.

Razão : É o Amor que pondera.


Estudo: É o Amor que analisa.


Ciência: É o Amor que investiga.

Filosofia: É o Amor que pensa.


Religião: É o Amor que busca Deus.

Verdade: É o Amor que se eterniza.

Ideal : É o Amor que se eleva.


Fé: É o Amor que se transcende.

Esperança: É o Amor que sonha.

Caridade: É o Amor que auxilia.


Fraternidade: É o Amor que se expande.

Sacrifício: É o Amor que se esforça.

Renúncia: É o Amor que se depura.

Simpatia: É o Amor que sorri.

Trabalho: É o Amor que constrói.

Indiferença: É o Amor que se esconde.

Desespero: É o Amor que se desgoverna.

Paixão: É o Amor que se desequilibra.


Ciúme: É o Amor que se desvaira.

Orgulho: É o Amor que enlouquece.

Sensualismo: É o Amor que se envenena.



Finalmente, o Ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.

Francisco Cândido Xavier

A cor do som



O Fantástico [TV Globo 26/07/2009] trata de um mistério que a ciência tenta decifrar. Elizabeth vê as cores e sente o gosto de cada canção.


Reprodução
A cor do som (Foto: Reprodução/Getty Images)
Você vai conhecer um caso extraordinário: uma mulher que é capaz não apenas de ouvir música, como todo mundo. Incrivelmente, ela enxerga a música. Como se não bastasse, ela sente, na ponta da língua, o sabor de cada nota musical.

Elizabeth não é apenas um fenômeno. É um caso único, diz um cientista. “Não existe no mundo outro ser humano que tenha esta habilidade”, afirma.

Tudo começou nos tempos de adolescência. “Quando eu tinha 16 anos, vi que enxergava uma cor para cada nota musical que ouvia”, diz ela. “Perguntei a uma amiga se ela também podia ver cores quando ouvia música. Mas ela me disse que eu era estranha. Vi, então, que eu estava sozinha. Não era igual aos outros”, conta.

Poucas semanas depois, Elizabeth teve outra surpresa: descobriu que as notas musicais que ouvia produziam sabores específicos. Havia notas que, por exemplo, deixavam um sabor amargo na boca. “Fiquei assustada. Quase enlouqueci”, diz.

O fenômeno não acontece só com música. O som de um sino, o barulho de um motor, o toque de um celular ou o latido de um cachorro, tudo produz cores e sabores em Elizabeth. São cores que só ela enxerga e sabores que só ela sente.

É como se os sons da vida produzissem, em Elizabeth, um show que só ela pode ver, um espetáculo que não acaba nunca. Elizabeth não gosta de ir a discotecas, porque as cores e os sabores produzidos pela música que ela ouve nestes ambientes não são atraentes.

Quando ouve o som forte das discotecas, ela enxerga quadrados pretos. O que acontece com Elizabeth é um caso extremo de sinestesia, uma condição neurológica que faz com que os sentidos se combinem.

Há outros casos de gente que enxerga cores nas notas musicais. Mas o caso de Elizabeth é diferente de todos os outros, porque combina a audição, a visão e o paladar. Todos estes sentidos entram em ação, juntos, quando ela ouve um som.

Elizabeth atraiu, é claro, a atenção de médicos e cientistas. O cérebro de Elizabeth passou por um exame detalhado. Os médicos descobriram uma grande atividade nas conexões neurológicas que unem a visão, a audição e o paladar.

Em gente comum, estas conexões parecem adormecidas. Mas, em Elizabeth, elas estão em atividade. Os cientistas estão tentando identificar o gene que produz o fenômeno da sinestesia. Ou seja: a combinação entre vários sentidos.

“É só uma questão de tempo”, diz um cientista, entusiasmado com os grandes avanços da engenharia genética.

Quando a ciência descobrir qual é o gene responsável pelo que acontece com Elizabeth, esta capacidade pode ser estendida a todos os seres humanos. Pode chegar o dia em que será possível ouvir o som, ver a imagem e sentir o gosto da música. Um espetáculo que, por enquanto, tem Elizabeth como única espectadora.

Self-pity



I never saw a wild thing sorry for itself.



A small bird will drop frozen dead from a bough



without ever having felt sorry for itself.



Nunca vi animal selvagem ter pena de si mesmo.
Um pequeno pássaro cairá de um galho morto e congelado
sem nunca ter sentido alguma vez, pena de si mesmo.






poema por D H Lawrence

Nas Cartas do Tarô - Por Socorro Moreira



"NAS CARTAS DO TARÔ


No mundo das cartas, o reino da mente.
Trajetória antes mesmo de virar semente
que germina inconsequente gesto Louco
sem medo ou ânsia tresloucado e mouco.

Com dedos joga os dados aleatóriamente
sente-se o Mago de tão desejo ardente,
sem reino de Imperador ou Papa.Em ouro
faz do Carro as rédeas por um tesouro.

Mas Enamora-se. Qual o caminho seguir?
Qual estrada se a Roda não pára um pouco
e a Estrela oculta-se na Lua e no Sol do dia?

E agora? Será que achou o caminho de ir?
Sem Julgamento o Mundo se torna Louco
recomeçando um novo ciclo que se inicia. "


Por : Solsempresoll

P.S. Solsempresoll é o apelido de Maia José , uma bruxinha amiga , poeta muito querida, que já consta como nossa seguidora.
Conhecemos-nos numa bela tarde de domingo. Uma daquelas tardes calmas e ensolaradas.
E o programa de quem não quis ver o mar foi caminhar nas ruas do bairro pra esticar os olhos , no silêncio vazio.
Um sorvete , pensei... Um sorvete com bastante calda !
Parei num lugarzinho aconchegante , e fiz o pedido. Por conta do horário estava sem a clientela, e a proprietária era justo a Masé.
Abrira um Tarô belíssimo , e estava lá a matutar ou intuir os prognósticos.
Fui vencida pela curiosidade :
- Você sabe jogar Tarô ?
-Sou apenas uma curiosa ...

Em poucos instantes , já estávamos trocando figurinhas como meninas de escola.
Eu também tinha o meu Tarô, em estudo. Estudo por sinal complicado , tal a iqueza e complexidade da simbologia.
Nos meus tempos de adolescência, fascinavam-me as cartomantes, mas em nada acrescentavam , quando me dispunha , com elas, a ler a sorte. Percebia a enrolação, e resolvi curar-me daquela compulsão, comprando um Tarô ,e estudando. Parecia uma cartilha em grego. Precisei de noções de Astrologia, Mitologia, e formar uma pequena literatura caseira sobre assuntos esotéricos. Cheguei até a fazer um curso relâmpago de Tarô, quando morei em Salvador.
Bom, finalmente consegui deitar as cartas , e usando a intuição , traduzir os recados que o Tarô
, pressupostamente , sugeria.
Durante muito tempo usei-o como instrumento para o auto-conhecimento. Recusei-me a assimilar a intenção adivinhatória. No mais era tudo uma viagem interessante.
De vez em quando e, ainda agora , pego as velhas lâminas, guardadas num saquinho de cetim, e tento interpretar as tensões do momento.
O exercício tanto repetiu-se, que eu converso com o Tarô , até virtualmnte.
Ele, na gaveta fechada;eu ,no meu pensamento.
No mental , acho que estabeleço a conecção entre o meu eu inferior e o meu eu divino, e as respostas começam a saltar , desengavetadas de algum lugar.
Engraçado como o ser humano é adepto de muitas crenças. O Tarô é apenas um pretexto pra gente se esclarecer, quando o terço saiu fora dos dedos.
Mas , confesso com ou sem aprovação, que o Tarô é uma entidade de respeito.

Voltando à minha amiga Mazé... Muitas outras afinidades foram despontando. Ela apresentou-me à Linda Godman (Signos Estelares), e presenteou-me com " Alice no País dos Espelhos!"
- Mulher amiga, sensível e sábia - com ela aprendi vários versos.

Velhice - Por João Marni

Pouco importa venha-me a velhice.
Que é a velhice?
Meus ombros suportam o mundo.
Quem é Atlas?
O mundo não precisa mais que a mão de uma criança.
Não adianta morrer. A vida é uma ordem.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.
O presente é tão grande,
Não nos afastemos muito,
Vamos de mãos dadas...

(Adaptado das poesias “Os ombros suportam o mundo” e “Mãos dadas”, de Carlos Drumond de Andrade).

uma amarga margem

vasta a solidão capaz de comer
as letras de um nome

de onde vem com garras de leoa?
a ondulação de sua pele
na luz do meio dia
tormento nos olhos molhados de memórias:

a imagem indestrutível de uma rua
um casarão em prantos na ausência
de quem lhe deu existência

prédios
avenidas
arte de língua gelada
tempo de sangue frio
olhos que não se fecham
inimigos dos sonhos:

a matéria de um dia
de quem não soube esquecer
sempre na margem da distância
uma amarga margem

Pensando Bem.(Para meditar)Liduina Vilar.

Uma vela ilumina toda uma sala,uma pesssoa que se ilumina
pode ligar a cidade inteira.
.
A luz e o escuro estão dentro de si e só sua pessoa pode
determinar o que quer expressar.
.
Permita que o sol brilhe em você o tempo todo,ele é o anjo
que lhe guia.
.
Qualquer que seja o problema,permita que seu sol brilhe.
.
Você não atrairia a experiência se não tivesse a solução.
.
Sempre conte com seus próprios poderes de observação.
.
Seja você o exemplo.Nem todos os seres são bons.Ás vezes eles
Vêem aprender o amor com você,seja você o amor.
.
Muito brilho
Muita alegria
Inúmeros sorrisos
Paz,bastante paz!!!




Iah-Hel - Anjo cabalístico- ( dia 01.08)


Sobre o anjo Iah-Hel
Categoria: Arcanjos
Príncipe: Mikael
Protege os dias:
20/05 - 01/08 - 13/10 - 25/12 - 08/03
Número de sorte: 6
Mês de mudança: junho
Carta do tarô: Os enamorados
Está presente na Terra:
de 20:20 às 20:40
Salmo: 118

O Anjo: Este anjo ajuda a obter sabedoria, auxilia no aparecimento de idéias luminosas e a apaziguar a violência do mundo. Favorece as pessoas para que vivam de modo correto e honesto

Influência: Quem nasce sob esta influência amará a tranqüilidade, a nobreza de caráter e a solidez de atitudes. Cumprirá fielmente todos os deveres e obrigações para consigo, sua família e comunidade. Praticará vários esportes, podendo largar tudo caso comece a aborrecer-se; terá a mesma postura quando isso acontecer em relação ao amor. É evoluído espiritualmente e sabe aproveitar sua energia, para seu próprio crescimento e para o bem da humanidade. Pensa mais nos outros do que em si próprio. Desde criança demonstra segurança em seus atos e sabe controlar suas ansiedades. Líder nato, aceita os convites de comando que recebe por seu jeito forte, capacidade de improvisação e apreço aos desafios. Tático, busca sempre uma vitória imediata; ganha todas as batalhas. Será forte para suportar todas as situações que são adversas à sua estrutura emocional e sabe que o único meio para atingir seus objetivos, é a insistência. Luta por uma imagem digna, transparente e verdadeira. As pessoas novas que conhece nas inúmeras viagens de lazer ou trabalho, são consideradas "experiências" que sempre enriquecem seu mundo íntimo, cada dia mais repleto de luz. É um ótimo mestre, que obtém vitória por ser o que é - simplesmente amor.

Profissionalmente: Poderá ser um atleta, professor de ginástica ou de qualquer outro esporte, dono de academia. Por sua facilidade para o comando, se entrar para a política, provavelmente será líder de partido ou de governo. Poderá ainda ser administrador de empresas, empresário ou economista.

Anjo Contrário: Domina as condutas escandalosas, a depravação, a futilidade, o luxo (gastos imensos com jóias, roupas, muitas vezes sem condições financeiras). A pessoa sob a influência deste anjo contrário terá inconstância nos relacionamentos, interessando-se somente pelo dinheiro. Provocará intrigas contra casais, induzindo-os a brigas com maus conselhos.

Texto extraído dos livros Anjos Cabalísticos e A magia dos anjos cabalísticos de Monica Buonfiglio

ALMINA, ARRAES, ALENCAR, PINHEIRO - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Todos sabemos das dificuldades de falarmos dos nossos. Ou de quem somos. A cultura do anti-nepotismo nos inibe e ficamos ansiosos que outros façam para que por efeito adverso as nossas declarações não se reduzam à obviedade. Eis o motivo de ter ficado muito satisfeito com uma postagem que a Socorro Moreira fez de uma das minhas mães.

Não é figura de linguagem e ou metáfora. Por circunstância como me dei por gente tive alguns pais e mais de uma mãe. De uma delas falou a Socorro e por zelo, me resguardei. Uma mãe no sentido de gerar pessoas e muitos não sabem, no afã de vangloriar a alma como o oposto, ainda não entenderam que “matéria” se origina da mesma raiz da palavra mãe – mater.

Mas hoje um irmão, da mesma mãe, alertou-me para o acorde. Qualquer deles em tom maior. E como é fácil achar esta mãe na ordem do alfabeto: ALMINA. Almina que tem Alencar, Arraes e Pinheiro num só verso. Das irmãs desta mãe tive duas tias Aldinha e Anilda e uma outra um pouco mais assim com uma mistura de fortes ligações em que só os irmãos se conhecem: Laís. Um dia este mesmo irmão deu-me o alerta que ela estaria aqui no Rio precisando ajuda: cumpri o alerta. Acompanhei cada passo dela em curso do que vamos, deste o momento em que leu no meu rosto e comentou: estou mal ele não conseguiu esconder no rosto.

Maria Alice era parte, mãe do Alfredo e da Maria José e se acrescentarmos Dr. Alfredinho já disse tudo. Violeta eu posso falar muito e vou logo parando por aqui, pois esta era amiga mesmo. No sentido real das amizades que junta deste os primeiros minutos quando ela nasceu e vai continuar até os meus últimos minutos. Mas Almina, que é um múltiplo de César, Edite, Joaquim, Zé, Amélia, Tonho e Bida. Aliás, é um coletivo, pois no metabolismo desta mãe tem a política, a justiça social e a capacidade de pronunciar a palavra nos conflitos quando muitos evitam.

Não posso compreender a vida sem esta mulher que pinta, mobiliza e navega na internet feito estes jovens twitados. Tem a apostilha que meio mundo quer. Mas tem a pintura, quando ela mostrou-me pela primeira vez, não era apenas a ilusão da perspectiva e nem das luzes pelo contraste de cores. Havia na pintura uma espécie de arquétipo, que a minha mente entendia não como uma casa determinada, mas como a “casa em si”. Isso não é pouco: uma das grandes questões da pintura é exatamente este achado, mesmo quando se decompõe em estéticas tão distintas. Aliás, o cubismo, que é esdrúxulo para a estrutura neoclássica, também só era efetivamente achado quando atingia esta região arquetípica da mente.

Como existe certa singularidade entre mãe e filhos, o que mais me anima neste momento, é compreender Almina como um ser independente e construindo a parte que lhe cabe neste mundo. Como um ser para ser admirado e respeitado além da sua natureza de mãe.

Luar de Agosto - Por Socorro Moreira


Existem riscos

que eu não petisco ...

A lua protege de luz

o beco escuro dos meus olhos

Ontem ela estve soberba

Grávida de todos os sonhos

Ventre inflamado de encantos

Minha câmera invisível

encara o céu

A janela dos meus hóspedes

sempre aberta,

porta-retrato da poesia

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO E AOS PODERES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATO – CEARÁ (ANNA CHRISTINA)

Texto de Anna Christina Farias de Carvalho – anna_crica@hotmail.com

“Qual é o princípio ético que deve nos conduzir?“ Esta foi uma das perguntas que Albert Schweitzer fez durante sua trajetória de vida e diante de um mundo que se descortinava com tanta intolerância e desigualdade. A resposta veio como uma iluminação, que só as pessoas que entenden a importância de uma vida poderiam pensar:

“A reverência pela vida! Tudo que é vivo deseja viver, e tem o direito de viver. Nenhum sofrimento pode ser imposto sobre as coisas vivas, para satisfazer o desejo dos homens.” Com estas palavras, Schweitzer se firma como um dos precussores da Bioética no planeta, defendendo e difundindo o princípio do respeito de obrigações éticas não só com o homem, mas a todos os seres vivos, pois segundo ele “ […] A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem […]”.

Bem, meus caros leitores, o porque desta Carta Aberta. Faço parte de uma associação sem fins lucrativos, que tem como missão promover a proteção da biodiversidade, pelo desenvolvimento de uma relação harmônica entre a humanidade e o meio-ambiente, denominada de ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO À VIDA - APROV , constituída oficialmente em junho do corrente. Hoje, eu e minhas companheiras de luta pela vida, assisti mos a cenas dantescas, mescladas de indiferença e intolerância para com a vida de cães e gatos, sacrificados de forma indiscriminada e nem um pouco indolor, pelos funcionários do Centro de Controle de Zoonoses do Crato.

Vim para casa refletir: De quem é a culpa? De Dr. Heldon, Diretor do CCZ, que trabalha com recursos humanos e financeiros precários como a maioria dos órgãos de promoção à Saúde no País? Dos agentes que sacrificam os animais, dentro de condições insalubres e estressantes e não têm direito a um salário digno, nem insalubridade, para sustentar a si e sua família? Do Conselho de Medicina Veterinária que não fiscaliza sistemáticamente o cumprimento da Resolução N. 714 de 20 de junho de 2002 que dispõe sobre o procedimento correto da eutanásia do animal com zoonose? Dos poderes públicos que não destinam verbas específicas para os CCZ´s e se destinam onde e como estão sendo aplicadas? Até porque gato não vota, nem cachorro.É culpa da população que não está e nem é sensibilizada para a adoção responsável, em sua maioria desconhecendo os seus direitos e que os animais também tem direitos? (Lei de Crimes Ambientais, N. 9605, de 12 de fevereiro de 1998, especialmente em seu art. 32 que estipula como crime contra fauna: “ Praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos) Então? A quem culpar?

Deixo a pergunta para a reflexão de cada cidadão e cidadã do Crato comprometidos com um mundo melhor para todos os seres vivos – humano, animal e vegetal.
Nestes tempos de tantas intolerâncias, indiferenças, banalização da violência e descaso com a vida, aquela frase de Jesus Cristo está sendo cada vez mais esquecidada: “ Ama a teu próximo como a ti mesmo”.
Por último, solicito que acessem nosso blog, lá encontrarão fotos, informações e formas de ajudar a nossa luta por um planeta harmonioso (www.souprotetor.blogspot.com).


Anna Christina Farias de Carvalho
Diretora Presidente da APROV
------------------------------------
Doutora em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba..Pesquisadora do Núcleo de Ciência, Filosofia e Espiritualidade – NECEF e Núcleo de Estudos Regionais - NERE, da Universidade Regional do Cariri – URCA. Professora Adjunta do Departamento de Ciências Sociais da URCA. Diretora Presidente da Associação de Proteção à Vida - APROV– Crato-CE.
Albert Schweitzer (1875- 1965), Prêmio Nobel da Paz em 1952. Teólogo, médico, músico, missionário e filósofo alemão.
APROV – Associação de Proteção à Vida - CNPJ – 10.899.539/0001-88 Fones: (88) 88453542 (88) 96048204 .
E-mail: aprov-diretoria@googlegroups.com. Site: www.souprotetor.blogspot.com

Nise da Silveira - A Casa das Palmeiras



Nise da Silveira (Maceió, 15 de fevereiro de 1906 — Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1999) foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung.

Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.

Sua formação básica realiza-se em um colégio de freiras, na época, exclusivo para meninas, o Colégio Santíssimo Sacramento, localizado em Maceió, AL. Seu pai foi jornalista e diretor do "Jornal de Alagoas".

De 1921 a 1926 cursa a Faculdade de Medicina da Bahia, onde formou-se como a única mulher entre os 157 homens desta turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina. Casa-se nesta época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade, com quem vive até seu falecimento em 1986. Em seu trabalho ele aponta as relações entre pobreza, desigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil.

Em 1927, após o falecimento de seu pai, ambos mudam-se para o Rio de Janeiro, onde engajou-se nos meio artístico e literário.

Em 1933 estagia na clínica neurológica de Antônio Austregésilo.
Aprovada aos 27 anos num concurso para psiquiatra, em 1933 começou a trabalhar no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental do Hospital da Praia Vermelha.
Spinoza (1632-1677).Durante a Intentona Comunista foi denunciada por uma enfermeira pela posse de livros marxistas. A denúncia levou à sua prisão em 1936 no presídio da Frei Caneca por 18 meses.
Neste presídio também se encontrava preso Graciliano Ramos, assim ela tornou-se uma das personagens de seu livro Memórias do Cárcere.

De 1936 a 1944 permanece com seu marido na semi-clandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas. Durante seu afastamento faz uma profunda leitura reflexiva das obras de Spinoza, material publicado em seu livro Cartas a Spinoza em 1995.

O trabalho de Nise da Silveira é pioneiro na luta antimanicomial no Brasil.Em 1944 é reintegrada ao serviço público e inicia seu trabalho no "Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II", no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde retoma sua luta contra as técnicas psiquiatricas que considera agressivas aos pacientes.

Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira é transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim em 1946 funda nesta instituição a "Seção de Terapêutica Ocupacional".

No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela cria ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando a Psiquiatria então praticada no país.

A biografia de Van Gogh é uma referência importante para os estudiosos interessados em compreender as possibilidades terapeuticas do trabalho criativo frente às perturbações emocionais.Em 1952, ela funda o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos nos estúdios de modelagem e pintura que criou na instituição, valorizando-os como documentos que abrem novas possibilidades para uma compreensão mais profunda do universo interior do esquizofrênico.

Entre outros artistas-pacientes que criaram obras incorporadas na coleção desta instituição podemos citar: Adelina Gomes; Carlos Pertuis; Emygdio de Barros, e Octávio Inácio.
Este valioso acervo alimentou a escrita de seu livro "Imagens do Inconsciente", filmes e exposições, participando de exposições significativas, como a "Mostra Brasil 500 Anos".
Entre 1983 e 1985 o cineasta Leon Hirszman realizou o filme "Imagens do Inconsciente", trilogia mostrando obras realizadas pelos internos a partir de um roteiro criado por Nise da Silveira.

A Casa das Palmeiras Poucos anos depois da fundação do museu, em 1956, Nise desenvolve outro projeto também revolucionário para sua época: cria a Casa das Palmeiras, uma clínica voltada à reabilitação de antigos pacientes de instituições psiquiátricas.
Neste local podem diariamente expressar sua criatividade, sendo tratados como pacientes externos numa etapa intermediária entre a rotina hospitalar e sua reintegração à vida em sociedade.

Ao perceber que a responsabilidade de cuidar de um animal e o desenvolvimento de laços afetivos pode contribuir para a reabilitação de doentes mentais, Nise da Silveira os incorporou a seu trabalho como co-terapeutas.Foi uma pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais, que costumava chamar de co-terapeutas.

Percebeu esta possibilidade de tratamento ao observar como um paciente a quem delegara os cuidados de uma cadela abandonada no hospital melhorou tendo a responsabilidade de tratar deste animal como um ponto de referência afetiva estável em sua vida.
Ela expõe parte deste processo em seu livro "Gatos, A Emoção de Lidar", publicado em 1998.
Os estudos de Jung sobre os mandalas atraíram a atenção de Nise da Silveira para suas teorias sobre o inconsciente.Através do conjunto de seu trabalho, Nise da Silveira introduziu e divulgou no Brasil a psicologia junguiana.

Interessada em seu estudo sobre os mandalas, tema recorrente nas pinturas de seus pacientes, ela escreveu em 1954 a Carl Gustav Jung, iniciando uma proveitosa troca de correspondência.
Jung a estimulou a apresentar uma mostra das obras de seus pacientes que recebeu o nome "A Arte e a Esquizofrenia", ocupando cinco salas no "II Congresso Internacional de Psiquiatria", realizado em 1957, em Zurique. Ao visitar com ela a exposição, a orientou a estudar mitologia como uma chave para a compreensão dos trabalhos criados pelos internos.

Nise da Silveira estudou no "Instituto Carl Gustav Jung" em dois períodos: de 1957 a 1958; e de 1961 a 1962. Lá recebeu supervisão em psicanálise da assistente de Jung, Marie-Louise von Franz.

Retornando ao Brasil após seu primeiro período de estudos jungianos, formou em sua residência o "Grupo de Estudos Carl Jung", que presidiu até 1968.
Escreveu, dentre outros, o livro “Jung: vida e obra”, publicado em primeira edição em 1968.
Foi membro fundadora da Sociedade Internacional de Expressão Psicopatológica ("Societé Internationale de Psychopathologie de l'Expression"), sediada em Paris.

Sua pesquisa em terapia ocupacional e o entendimento do processo psiquiátrico através das imagens do inconsciente deram origem a diversas exibições, filmes, documentários, audiovisuais, cursos, simpósios, publicações e conferências.

Em reconhecimento a seu trabalho, Nise foi agraciada com diversas condecorações, títulos e prêmios em diferentes áreas do conhecimento, entre outras:

"Ordem do Rio Branco" no Grau de Oficial, pelo Ministério das Relações Exteriores (1987)
"Prêmio Personalidade do Ano de 1992", da Associação Brasileira de Críticos de Arte
"Medalha Chico Mendes", do grupo Tortura Nunca Mais (1993)
"Ordem Nacional do Mérito Educativo", pelo Ministério da Educação e do Desporto (1993)
Seu trabalho e idéias inspiraram a criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas similares às que criou em diversos estados do Brasil e no exterior, por exemplo:

o "Museu Bispo do Rosário", da Colônia Juliano Moreira (Rio de Janeiro)
o "Centro de Estudos Nise da Silveira" (Juiz de Fora, Minas Gerais)
o "Espaço Nise da Silveira" do Núcleo de Atenção Psico-Social (Recife)
o "Núcleo de Atividades Expressivas Nise da Silveira", do Hospital Psiquiátrico São Pedro (Porto Alegre, Rio Grande do Sul)
a "Associação de Convivência Estudo e Pesquisa Nise da Silveira" (Salvador, Bahia)
o "Centro de Estudos Imagens do Inconsciente", da Universidade do Porto (Portugal)
a "Association Nise da Silveira - Images de L'Inconscient" (Paris, França)
o "Museo Attivo delle Forme Inconsapevoli" (Genova, Itália)
O antigo "Centro Psiquiátrico Nacional" do Rio de Janeiro recebeu um sua homenagem o nome de "Instituto Municipal Nise da Silveira".

Obras publicadas
SILVEIRA, Nise da. Jung: vida e obra, Rio de Janeiro: José Álvaro Ed. 1968.
SILVEIRA, Nise da. Imagens do inconsciente. Rio de Janeiro: Alhambra, 1981.
SILVEIRA, Nise da. Casa das Palmeiras. A emoção de lidar. Uma experiência em psiquiatria. Rio de Janeiro: Alhambra. 1986.
SILVEIRA, Nise da. O mundo das imagens. São Paulo: Ática, 1992.
SILVEIRA, Nise da. Nise da Silveira. Brasil, COGEAE/PUC-SP 1992.
SILVEIRA, Nise da. Cartas a Spinoza. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 1995.
SILVEIRA, Nise da. Gatos, A Emoção de Lidar. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 1998.

Referências bibliográficas
CÂMARA, Fernando Portela "Vida e obra de Nise

CRATÍDIAS - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Se você começou por esta postagem, aviso que existem muitas outras antes de grande qualidade. Quando a Socorro sugeriu que a publicasse, fiquei em dúvidas: é um longo texto. Mas como não se nega nada à uma mulher num dia de sábado, o fiz, talvez para desgosto dos leitores. E com o perdão dos bons escritores que ficarão páginas depois por conta disto.

"Referências existem sobre o helesponto, como ao curso de Odisseu, mas o foco desta epopéia, melhor dizendo, é a pequena cidade brasileira de Crato. Não a portuguesa, a orgulhosa Portugal da União Européia, tão próxima das grandes auto-estradas pelas quais vão às suas praias os BMWs e Mercedes da Alemanha, Bélgica e Holanda. A pequena Crato do drama da periferia da civilização, afinal mestiça, certamente filha da Europa, do Mediterrâneo, mais que do Atlântico e portanto da Grécia.

Os homens, mitos são

Os mortais não são quietos como pedra, pois sonhos lhe invadem.
Mesmo ela, cristalina rigidez, vibra, como o homem, imóvel não é.
Humanos, a sacra narrativa de marcas ultrapassadas, pelos mitos agem;
inundam as margens convencionais, cada pergunta, uma resposta quer;
todo átimo gestual, perdido na profusão de tantos, uma explicação tem.
Se esforço houver, com os deuses e sem eles, com o raciocínio ou a fé;
cada ato um fato, toda face um caráter, ao que todo desejo símbolo é.
Os homens e deuses, mitos são, como em minaretes, evocam almoedem:
o ato de acelerado circular, o carro solar, estiolando o verdor quando vem;
os tempos idos, sem retorno; vida, em raio, matéria permanente da glória é.

Vastas visões do mundo

Como na ágora grega, agora, no centro do Crato, na Siqueira Campos,
entre bancos de marmorito, sob a copa de palmas, teatro da vida em atos,
o milagre do nascimento, resulta do termo grávido, o mito abre-se de fatos.
Drama de atores com visão própria do mundo, abre-se em vida e Tânatos.
Primeiro chega, como mágica, o mundo clássico de Gregos e Troianos;
em resposta, aponta, na cena, os racionais, intérpretes dos mundos amplos;
há uma constelação de deuses, olímpicos, atos caridosos, protetores mantos;
rebatem o hábito da razão, jugo implacável da mecatrônica, sem prantos;
após, entra o capitalista dos interesses móveis, que o arrasta aos trancos;
por último, rock, droga e cartão de crédito, o jovem, aleatório, feito dados.

Explicitam-se os personagens

O drama: corpo contorcido a dores, fio de sangue, prodomos do nascituro,
no cor da praça, uma mulher indigente, ao abandono em trabalho de parto,
mancha rubra infiltra-se no tecido das calças, ao que desnuda o muco farto,
como largas faixas encilhando, dores lombares intensas vêm por seu turno,
do assento escorrega ao rés do chão, com entranhas em ambiente soturno.
Chega-se até ela, um homem de fé, carregando o peso da própria imanência,
no lapso dos afazeres, um homem racional, chega-se sem a transcendência,
especulando, é o hábito, um homem capital, sutil como uma transparência,
elefante na loja de cristais, um jovem, busca algo, mas cai na permanência,
são os personagens da tragédia do circuito humano, marca da indolência.

Para um único fato, fartas interpretações

A alvorada em vida, contempladores, os homens apenas são manicurtos,
emerge aos atores uma roca a tecer destino, grande questão ao seu turno,
a questão é! Não basta a cena! Ao personagem a exegese! Veio do monturo?
Seria a prenhe fidalga? Porque tal abandono? Quem do seu ventre nasce?
Tanta pergunta, como ramos e galhos, nem pingo que na inteligência passe,
alegrai filhos caribocas, netos dos Cariris, ponham as idéias para que asse,
aos deuses vitoriosos e àqueles tombados, no altar, sacrifique-se, eu julgo,
quem importa as versões? Primaveras e verões, como estações ao mundo,
os homens, esferas, não são, globais também, beleza é ser quimbundo,
rejubilai povo da terra, genealogia cruzada de um mor de sangue junto.

Ao que vês, o que afinal farás?

E a questão é: uma mulher em fase de dilatação, ao sol da Praça Central,
em volta, um homem de fé, outro de razão, consultado o feito capital,
logo se aproxima um jovem, buscando entender a cena de certo fatal.
Do século a grande dúvida: seria a inteligência alienígena? Sem resposta.
Algures! Porque afinal? Se ao lado tanta ignorância da inteligência posta,
afinal mova-se ao ritmo do que teus olhos vêm, e nascer é aqui e agora.
Bem ali, sob a sombra das palmas, ao limiar do termo e começo, é natal.
Qual fé a engravidou? Que sêmen ao óvulo nidificou? Quem pagará afinal?
Três homens se nutrem dos próprios hábitos para repetir-se o ciclo de bosta;
vozes fogem ao foco afora, com teorias, na prática, ao mundo dão as costas.

Nem deuses, nem reprodutores, apenas fazer

O homem de fé, do milagre à frente sua, às contrações dos lisos músculos,
da luz iminente, que a mulher expulsa, vê a planície qual manada de búfalos,
ao homem de razão diz: de Deus vontade desdobrando galhos a caulículos;
ao homem, o arbítrio livre, vontades migratórias, febres, acasos e impulsos;
e Deus, magnânimo, aponta a senda dos passos seus à paz do repouso,
se Deus não houvera, a fé alimentar-se-ia apenas do tempo momentoso.
Responde o homem de razão: como qualquer, os maus, felizes também são,
desprezíveis, rivalizam com animais; entre os dois, não há diferenciação.
O homem capital, absorto, esquadrinha a cena, calcula a própria subtração,
O jovem, desejo súbito, como faz no impreciso, de fumaça enche o pulmão.

Cabe a pausa reflexiva, frente ao drama?

E os fatos implacáveis são, o curso do grão, na ampulheta, jamais cessará,
a contratura expulsatória o rumo mantém, ao que os homens também,
permanente no longo significado de suas idéias o homem de fé continuará:
Forma, apenas isso, seria se à massa não aderisse a alma que lhe convém,
ela, o logos entre deus e os homens, hermeneuta, a alma certo traduzirá.
Abre os braços em condescendência humílima, o homem de razão vai além:
entre os homens e os demais animais, mais igualdade entre tais refletirá,
continuidade de ambos, a cura, igual do médico, no veterinário contém,
a obra da vida, que da criação foi, o cotidiano é o ensaio que a modificará;
a criação age no mundo e o mundo na criação, o homem pesa em achém.

Ignora-se tudo, mesmo a brisa

A brisa, largo da praça, sopra a folha de jornal, ao que é aprisionada e lida,
haveria nas suas tabelas o pregão Nasdaq? Examina-a, divergente da vida,
o homem capital cala-se, nos olhos, que percutem o vazio ilógico do jogo.
Se há para quem tudo é fé, ou àquele racional, há os abrasados em fogo;
o capital não se cala ao drama, aposta, especula, lucra, qual avião-suicida,
troca acusações a fé e a razão, sob o olhar atento, especulador, do tadarida;
ao que se indigna, apontando o parto em dores, o homem razão com arrogo:
transformação, em profundas raízes, debulhando grão, luz ao mundo novo,
será tempo vindouro, muito além do milênio, incandescendo a lamparina,
luz em desvãos sombreados, polindo o cinabre dos metais, qual ambarina.

Milenarismo revolucionário

Escoimados de Deus, decantados ao demônio só, são as crenças milenares;
esperança vã, se à ordem eclesial não forem, serão farrapos feito militares,
horda desordeira, condução da insanidade, lixo que se junta aos milhares,
ao sacrário exclui, à palavra de Deus deturpa, rapina a fé feito ladravazes.
De súbito diz o homem de fé e aquele de razão libera as apícolas mordazes:
Nem os escombros resistem, a mínima parte do edifício, se reduzirá ao pó,
o castelo da fé inabalável, ao etéreo se diluirá, nem fica o peristilo rococó,
clérigos, adubos da nova esperança, serão, pacíficos, qual o cativo mocó,
valores episcopais, novos rebanhos distribuirão, revolução não é tema só,
como funil arrasta todas as águas, transpõe sobrenadantes, abranda o jiló.

Vem um deus clássico

Um grito risca arco sobre a praça, se desdobra sobre íris, sinal divino,
as vozes se calam, os pensamentos emudecem, é o ponto do adivinho.
Lancinantes as dores são, o ventre, botão desabrochando, desejo de flor,
espera-se a realização dos sinais e de fato um deus clássico juntou-se à dor:
o mundo subjetivo é a diversidade, ao contrário da objetividade uniforme;
celeste, por assim dizer, subjetivo, de criação infinita, da corte disforme.
A objetividade, mediana é , já a subjetividade é dispersão e oportunidade;
cada sujeito um universo próprio, uma versão dada, determinada cidade,
o céu da subjetividade é, sem o Deus mediador, o céu expositor, o liberal.
Recolhe-se a luz celestial, fica a dor bestial, ao lado os homens, em geral.

É pausa. É repetição

Levanta-se, efeito dos ventos rasteiros, poeira de bilhões de grãos de areia,
quem irá saber de cada, se depositando, esmerilado, como realiza a bateia?
Assim vemos o drama humano, grandes números, fluxo da banalidade;
o autor some, desfaz-se o sujeito, desejos irrealizados, podre mocidade.
Assembléia sem decidir, tomada sem rumo, ao deus dará, nada mais há!
Há! O barro sublimado que cerâmica fez-se, um vaso e um pé de manacá,
mas, por se falar em frutos, o que se dirá da criança que na praça nasce?
Ao olhar atento, mente ocupada, membros dispersos, letras em longa haste;
versos gongóricos, pensares alegóricos, a vida flui, apesar do londrino fog,
afinal todos, a não ser o drama desenvolto, personagem de Gog e Magog.

Apropriações

Sobe a cotação da nova economia, Celera Genomics, ciência empresária,
nem conquista ou avanço, saber é negócio, célere feito “La Passionária”.
A ciência da vida cresce o pregão, multiplica aplicações, é gestacionária,
mesmo evoluindo do elementar, a ciência é uso na sua fase relacionária,
é lastro para a inversão...eis o homem capital e a sentença reacionária.
O jovem, hambúrguer, vídeo game, coca-cola, nem o drama ou discurso,
ignora tudo, enoja-se do líquido gestacional, apascenta-se ao dado curso,
o drama: qual seu papel? Prateleira de mercado, mercadoria em concurso.
Pai provedor o tutela à vontade. Fosco olhar enfastiado: hibernação do urso.
Vontade imprecisa, desejo disperso; tudo quer, nada é; só rumo excurso.

A felicidade é química

Intensificam-se as contraturas, a cada intervalo menor, no centro da praça,
rés do chão, nível abaixo dos longos discursos, o parto continua sem graça,
uma anunciação, o deus máquina entre eles, do impreciso, talvez de Talassa:
houve tempo em que a felicidade era busca no mundo afora; cada qual,
com seu método de conquistá-la, outros com a sorte de encontrá-la igual;
segredos guardavam tantos da felicidade possuída, mas veio um viés tal,
que a busca externa nada resolve. Sinapses, neurotransmissores, cerebral;
felicidade é o metabolismo da serotonina, sofrer é afinidade de massa.
De volta ao satélite de Netuno, o Deus foi, abandonando o parto na praça,
os homens permaneceram como os anéis de Saturno, um sinal que marca.

Impulsos culturais e biológicos

O homem racional aponta a parturiente: não é, o fruto, produto cultural,
mesmo que se programe, postergue o filho, a mulher na libertação social,
sua escolha sexual não é suficiente, pois de dentro, inexorável força vital,
um filho surgirá para somar o mol dos humanos socialmente necessários.
Um grupo de mulheres, de filhos mais cedo e outras, tardios, ao contrário,
todas mais férteis, tocadas pelo relógio biológico que não pára arbitrário.
O jovem perplexo ouve e nada compreende, nem a mulher em erupção,
ou as palavras da razão, não sabe da fé, da riqueza, só o efeito da sedução.
Ameaçado pela razão, o homem de fé se agarra ao mistério sem solução.
Já o quarto personagem indiferente ao ato, espreita oportunidade capital.


Entre o prazer e a tortura

Vendo-a assim, deitada no chão, nas dores do parto, um sentimento revolve,
o espírito do homem racional: entre o úmido bacante e o seco franciscano,
despojado face a luxúria, vive o medo do pecado, o líder Cratense é pobre.
Sorve o gole de cachaça numa mão e na outra aplica o cilício mortificando,
sedutor, servil, covil de crueldade; ao líder, toda culpa que ao outro move,
jamais é sua. A ele o esplendor da anunciação em seguida vai parando,
as luzes, apagam, os telefones se calam, o consumo cessa, passa das nove.
Tanto cinismo assim indigna ao homem de fé: porque aos líderes acusas,
se embaixo de ti uma alma clama ajuda e nada mais fazes que detratar,
a ciência vitoriosa é, também, a maior catástrofe, a todos e a tudo abusa.

Entre a fé e a razão

Jamais se viu algo igual, uma luta de deuses às claras quanto à dos homens.
Fazia-se de subterfúgios, ameaçou o deus máquina: tudo se resume a tijolos
- elétrons, múons, tau - e forças: forte, eletromagnética, fraca e gravidade.
Reage furioso deus clássico: teu pecado e a preguiça que a todos reduzem.
A forma? Imitas as casas que te abrigam. Vontade é força, como bipolos.
Ser é artigo de lei, social dinheiro é, natureza uma máquina em atividade.
O homem racional se alegra do mundo que seus deuses a si conduzem,
já o de fé rejubilou-se da mecanização que a ciência reduz com dolos,
o homem capital registra os fatos, as idéias, na busca de sua contabilidade,
rompe-se a bolsa d’água, amiúdam-se as contrações, desponta o nenen.

A ira do deus clássico

O deus clássico continua o argumento: a razão não fez o mundo mais belo,
a ciência ampliou a ameaça do ambiente sobre todos. O que era melhora,
fez-se apenas servidão. Conhecimento? Fortaleceu o dominador da hora.
A cada descoberta ou nova invenção, mais um braço a esgoelar o elo,
que mantém a integridade do ser. O liberto que da ciência é certo,
integrou-se ao processo da exploração. A sujeição da natureza morta?
Apenas a troca de uma crença eclesial pela economia secular e agora,
em desespero como sempre fez, ao fluxo de caixas, tudo estratégico.
A natureza hostil é projétil, violência é o cântico apologético.
Como de costume, lançou um raio que fulminou metade das palmas.

Ao que se ira o deus máquina

O deus máquina, em luzes de néon, rebate a ira clássica: Manipulação!
Palavras em Cristo, Buda ou Maomé, relíquias falsas sobre palma da mão.
O combustível que tangeu massas famintas e desesperadas tal qual o cão,
danados nas rotas da peregrinação. A paz, cuja única e possível realização,
é a morte. A sorte, ceifada a lâminas negras que arrasam tudo feito tufão.
A vitória da razão foi a descoberta das Américas, longas rotas comerciais,
foi a máquina a vapor, o laboratório, a imprensa, pensamentos racionais.
Eis a civilização do hidrocarboneto, sobre a pólvora, o ferro e os metais.
Destruição, na ira sua, não, possuía a bomba, mas preferiu efeitos espectrais,
jatos de luzes, canhões holográficos, focos de laser, mor efeitos especiais.

Surpresos! Fala o jovem.

Indiferentes, o epicrânio do nascituro da vagina brotava, ficaram surpresos,
com as palavras pelo jovem ditas: falso é o mundo a quem estamos presos!
Nada é natural, tudo se produz pelas máquinas, que nos conduz coesos.
Mansos, tudo artificial é, a luz do dia, a temperatura ambiente. Tal coelhos,
em caixas de laboratórios experimentais, consumidores de produtos coevos.
E tu! – Aponta o homem capital – Condutor deverias ser! És conduzido.
Crises capitais, ciclo depressivo, concorrência. As cifras, por elas seduzido,
não tens caminhos nas estrelas, apenas o chorume poluído por ti produzido.
Diferente não és! – Acusador ao homem de fé – Eternizas o pó evanescente.
Nem tu! – Ao homem racional – Reduzido imanente, jamais transcendente.

Ao que os sábios respondem

Uma associação imediata, mais denunciava identidade que contraditório.
Os homens presentes, em série reagiram, primeiro a fé: E tu? O ilusório,
as malhas da ficção televisiva e cinematográfica, em efeito alucinatório?
Quem sóis? – Reage o de razão – Apenas sobejo do pai um dia revisório.
Quanto queres? – O homem capital – Dinheiro divide, mas é consistório.
Como em coro, os três continuam: informe-se, informatize-se, fale inglês,
negocie, despoje-se do passado, a globalização aceira os valores de vez.
A sobrevivência, é ocupar canto entre melhores, os demais são apenas rês,
se prestam para alimentar as trocas dos talentos que a tecnologia fez.
Chão da praça, líquido amniótico derramado, finda-se o parto em higidez.

Segue a vida

Os deuses vitoriosos e os vencidos, os homens e o jovem, cada um em si,
pelas vias entremeadas de bancos e jardins, separam-se, hora é de partir.
Carregam consigo as malhas que os contém, as travas que os sustenta, eu vi.
A fase de decedura, antecâmara do puerpério, quando expulsa foi a placenta.
A mulher separando o recolho, esgotada, beija a cria, como à flor o colibri.
Segura nos braços a criatura, como oferta ao seio fizesse, ao quadril assenta,
não importa o corpo que nascera, sabe quem viera, as pernas mal a sustenta.
Solitária, entre palmas, imersa na brisa farta, trôpega, lentamente se ausenta.
Consigo, no colo de afago, leva um certo projeto, ou tentação de anfiguri,
talvez, nem suspeitas hão, para o manancial que a tudo arrastará feito bariri.

A Loucura em Liberdade, um artigo de Cleide Correia sobre a loucura em Crato


Por Carlos Rafael Dias

O nº 5 da revista Tendência – Caderno de Ciências Sociais, publicação do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Regional do Cariri (URCA), lançada em setembro de 2007,- traz um interessante artigo de autoria da professora Cleide Correia de Oliveira(1), sob o título “A Loucura em Liberdade: Vivência e Convivência”(2). A partir da identificação de personagens considerados diferentes, ou “loucos”, que circulavam livremente nos espaços públicos da cidade do Crato, no período de 1930 a 1970, o artigo é um estudo sócio-histórico ancorado no método da história oral. No artigo, “a loucura narrada no cenário de Crato indica a existência de uma multiplicidade que revela a complexidade, a diversidade transcendendo o paradigma psiquiátrico tradicional, cujo princípio fundamental é a idéia de que o louco deve ser isolado da sociedade”. Este paradigma se apóia na idéia de que a intervenção médica para o tratamento da loucura deve prescrever necessariamente o isolamento do doente em casas especializadas – os temidos hospitais psiquiátricos. Somente por este aspecto, o artigo já teria o seu inegável valor como literatura médica. No entanto, para quem viveu em Crato no espaço cronológico escolhido pela autora como recorte de tempo , o artigo vale, e muito, pelo resgate de uma série de personagens que, pela singeleza de suas vidas, nunca interessaram à história oficial, mas que permanecem preservadas indelevelmente no imaginário de toda uma geração.

O período abordado foi escolhido por abrigar dois marcos na história da saúde do Crato: a fundação da primeira instituição hospitalar na região do Cariri, o Hospital São Francisco de Assis, em 1936 (quando a sociedade local ainda convivia com a loucura em liberdade), e da criação do Hospital Psiquiátrico “Casa de Saúde Santa Tereza”, em 1970 (quando a loucura foi aprisionada).

Com a coleta de depoimentos de pessoas que conheceram os ditos personagens considerados diferentes, o artigo resgata a história de vida de nove loucos, verdadeiros tipos populares que marcaram época em Crato: Maria Caboré, Pernambucana, Tandôr, Compadre Chico, Dona Joaquina, Baixeirinha, Moipen, Pedro Cabeção e Antonio Corninho. Os relatos, com suporte de fontes secundárias, enfatizaram as características, as vivências e convivências desses personagens e revelaram situações tanto trágicas quanto cômicas. Esses “estranhos” personagens viviam em casas velhas, em ruínas e praças públicas, apresentando comportamentos que fugiam das normas sociais e dos mecanismos institucionais de controle.

SONHOS, MANIAS, DRAMAS E PAIXÕES

Entre esses personagens, alguns chegaram a transcender suas vidas de excentricidade e sofrimento, como foi o caso de Maria Caboré, “uma morena com estatura mediana, que gostava de usar pulseiras, bijuterias e colar doados pelos moradores da cidade. (...) Tinha um desejo muito forte de contrair núpcias com o “Rei de Congo”. As crianças da época conheciam esse desejo e exigiam que ela deglutisse objetos, como bola de gude, frutas pequenas e outros, em troca do casamento. Sendo assim, essa personagem fazia um grande esforço para engolir tais objetos, para casar-se com o referido Rei, fruto da sua imaginação.” Depois de morta, vitimada pela peste bubônica, na década de 1930, Maria Caboré passou a ser venerada como dispensatária de milagres. Até hoje, o seu túmulo, no dia de finados, é visitado por grande número de pessoas, que deposita flores e velas em retribuição às graças alcançadas.

Compadre Chico é outro personagem que merece destaque, pela sua fixa crença de que o regime monárquico seria restaurado no país e pela sua mania de planejar como este fato se daria. Com o seu imaginário subalterno, a quem chamava de Frutuoso, “planejava batalhas, nomeava comandantes, designava o local em que as tropas deviam postar-se para o ataque e, às vezes, marcava a data em que o Crato seria saqueado (...) em prol do retorno do imperador.”

O drama, não como uma ficção artística, mas como uma realidade cotidiana, sempre foi uma constante na vida desses personagens, como aquele vivenciado por Dona Joaquina, que viveu no Crato entre as década de 1940 e 1950. Trabalhava, junto com a filha, como doméstica, mas um dia abandonou a família e foi morar na Praça da Sé, sob um oitizeiro. Diariamente, sua filha deixava-lhe comida e um dia foi buscá-la quando o mal que a vitimou lhe acometeu.

Nas décadas de 1950 e 1960, um homem de estatura alta e de aspecto moribundo vagava pelas ruas da cidade, de porta em porta, com um prato de flandre já gasto, girando em um dedo da mão direita enquanto repetia, com voz diferente, uma locução: Moi... Moi... Moi... Moipen... Moipen... Moipen. Por isso, todos o conheciam por Moipen, sabendo, devido a sua inclinação religiosa, que a estranha palavra era uma corruptela que significava “uma esmola para Nossa Senhora da Penha”.

Para finalizar, não poderia deixar de citar outros dois personagens enfocados no artigo, responsáveis por situações de rara comicidade: Pedro Cabeção e Antonio Corninho.
Pedro Cabeção, assim conhecido devido a avantajada cabeça, ainda mais desproporcional devido ao seu corpo miúdo, tinha dois sonhos, que só veio a realizar depois de passar a perceber uma renda fixa por conta da aposentadoria: conhecer a estátua do Padre Cícero, na vizinha cidade Juazeiro do Norte, e adquirir um aparelho de rádio. Pedro vivia com uma tia que ao chegar em casa viu-lhe quebrando o rádio com uma pedra. Indagado por que fazia aquilo, Pedro respondeu que era por causa do rádio, que não parava de lhe aperrear, perguntando o tempo todo: você viu o cabeção por aí? Na verdade, ele se referia a um refrão de uma canção muito tocada pelas emissoras de rádio no início da década de 1970(3).

Já Antonio Corninho, que tinha ponto fixo na Rua da Vala (hoje rua Tristão Gonçalves), ficava bravo quando lhe tratavam pelo depreciativo sobrenome. Incontinenti, retrucava: “melhor ser corno do que ser prefeito. Prefeito é só quatro anos e corno é pra vida toda”. Não se sabe, porém, se a alcunha foi por conta de algum trauma sentimental, devido a uma infidelidade que lhe foi atribuída. Mas, os relatos sobre ele atestam a existência de um caso amoroso que ele manteve com uma louca a quem apelidavam de Macaúba, “a qual sempre aparecia grávida. Os dois viviam em eterna lua-de-mel, na rua Tristão Gonçalves, nos batentes do prédio onde funcionava o escritório da VASP, causando transtornos aos transeuntes.”

Lembro do dia em que Antonio Corninho morreu e como o fato teve uma grande repercussão na cidade.

Notas
1. Enfermeira. Professora Mestra Adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Regional do Cariri – URCA, Crato – CE. cleide@urca.br.
2. Prêmio Jane da Fonseca Proença, 1º lugar – melhor trabalho de Enfermagem Psiquiátrica, Saúde Mental e Relacionamento Interpessoal – 54º CBEn.
3. Música “O Cabeção” de Roberto Corrêa e Sylvio Son, gravada pelos Golden Boys.

ELAS DANÇAM SOZINHAS

ELAS DANÇAM SOZINHAS

Durante estadia no Chile de Pinochet, quando se dirigia a um ensaio, o músico inglês Sting viu uma cena inusitada: uma mulher com lenço nas mãos dançando sozinha em volta de uma cadeira numa praça do centro de Santiago. No dia seguinte a cena se repetiu com a mesma mulher do dia anterior, acompanhada de outras, de idades variadas, repetindo os mesmos passos. Sting observou que elas traziam fotografias de homens penduradas nos seus pescoços. Soube que o ritmo era a Cueca, dança típica do país e descobriu tratar-se de denúncia/protesto silencioso contra o desaparecimento de maridos, pais, irmãos e noivos. A iniciativa, coibida com violência pela polícia política da ditadura, chocou o roqueiro e o inspirou a compor a música They Daced alone. Vejam a parte inicial da letra, a versão livre e, se quiserem ouvir a belíssima canção, acessem o site:

http://www.youtube.com/watch?v=a_jDiDya5j4

THEY DANCED ALONE

Why are there women here dancing on their own?
Why is there this sadness in their eyes?
Why are the soldiers hereTheir faces fixed like stone?
I can't see what it is that they dispise
They're dancing with the missing
They're dancing with the deadThey dance with the invisible ones
Their anguish is unsaid
They're dancing with their fathers
They're dancing with their sons
They're dancing with their husbands
They dance alone They dance alone

ELAS DANÇAM SOZINHAS

Por que aquelas mulheres dançam com elas mesmas?
Por que há tristezas em seus ohos?
Por que os soldados estão aqui com fisionomia de pedra?
Não consigo ver porque eles as desprezam
Elas estão dançando com os desaparecidos
Elas estão dançando com os mortos
Elas estão dançando com amores invisíveis
com suas angústias e seus silêncios
Elas dançam com seus pais
Elas dançam com seus filhos
Elas dançam com seus maridos
Elas dançam sozinhas, Elas dançam sozinhas

Quem quiser ver a dança “Cueca”. Acesse o endereço:

http://www.youtube.com/watch?v=W4PlPx7PTuE&feature=related

Repentes ao luar de Agosto - Claude, Anita, Socorro ...


A sina do matemático
é usar a sua lógica;
A sina de um poeta
é fazer versos sem lógica
matemático-poeta
usa no verso, a lógica.
.
Toda a gente do Crato
Vive em plena sintonia
Se não for durante a tarde
É de noite, é de dia
Padre Nosso, Ave maria.

Empatia e sintonia
casam bem nunca discutem
vivem o orgasmo da vida
numa plena sinfonia.

A loucura é um limite
Que quem ama desconhece
É sorrir estando triste
Um riso que enternece.

No mistério do querer
não sei muito o que dizer
Amor não pede licença
já entra arrombando a porta
mas entra suavemente
e se instala de repente

Tudo na vida é possível,
Basta tentar e querer
Impossível é, no entanto,
Eu me esquecer de você

Meu encanto mora longe
mas descortina o caminho
uma hora é minha aurora
mais tarde é meu desatino
- a lua é a minha mira ...
ri de mim , aqui perdida.

A noite ainda é criança
respinga a solidão
quando bate a saudade
pego logo um avião

atravesso o espaço
fecho os olhos, me deleito
me sinto em teu abraço
guardo o amor no meu peito

e se você duvidar
te trago nesse avião
e te guardo apertadinho
dentro do meu coração.

O reflexo da lua ,
banha uma parte de mim
nessa branca página ,
(que a lua deixou em mim)
escrevo um verso nostálgico...

Por que você assinou
o reflexo do bilhete
que a saudade rabiscou ?


LUAR DE AGOSTO( mote)
Quem vai entrar na roda ?