Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sábado, 16 de outubro de 2010

O "coroné" possessivo - José Nilton Mariano Saraiva

Senhores,
Vejam a notícia divulgada no site do jornal O POVO (agora há pouco) e já reproduzida por sites sulistas. Parece que o "coroné" TASSO perdeu as estribeiras ao bater de frente com um padre invocado (alelulia, aleluia !!!).
José Nilton Mariano Saraiva
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16.10.10 17:26
Serra é criticado por padre durante missa em Canindé e Tasso toma as dores
Por: Érico Firmo | Comentários: 30 Comentários
Muita confusão durante a missa que José Serra (PSDB) acompanhou há pouco em Canindé, no Sertão Central do Ceará.
O repórter Ítalo Coriolano informa que, durante a missa, o padre mostrou panfleto com ataques da campanha de Serra a Dilma Rousseff (PT) e criticou a postura. Instaurou-se, então, uma enorme confusão.
Tasso Jereissati (PSDB) foi tomar satisfações com o padre, a quem chamou de petista.
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16.10.10 17:42
Mais sobre a confusão com padre, Tasso e Serra em Canindé
Por: Érico Firmo | Comentários: 2 Comentários
Mais do relato de Ítalo Coriolano sobre a confusão entre o padre, Tasso Jereissati (PSDB) e José Serra (PSDB) em Canindé.
Logo no começo da missa, o padre Francisco, que celebrava a cerimônia, começou a se queixar. Disse que quem estava lá para causar tumulto se retirasse, porque o povo lá estava para ouvir São Francisco, e não políticos.
Serra e Tasso estavam na plateia, em local de destaque.
Já no fim da missa, o padre mostrou panfleto de Serra com críticas a Dilma em temas relativos a religiosidade. E disse que ninguém podia falar em nome da Igreja e que aquela não era a posição da Igreja.
Tasso, que estava na frente, não se conteve e partiu para cima do padre, chamando-o de petista. Foi contido por assessora e por sua esposa.
A confusão se instaurou. Do lado de fora, manifestantes tucanos e petistas se enfrentaram.

Os Velhinos Transviados - José do Vale Pinheiro Feitosa

Parei a camionete Chevrolet, 1962, duas boléias, pára-lamas, teto e detalhes da carroceria verdes com todo o resto branco. A vaga na frente do número 114 da Rua João Pessoa. Para os padrões rurais muito iluminada, mas nada comparável à intensidade de diamante da Siqueira Campos, com o Cine Cassino, o Café Crato e a Sorveteria dE Bantim. Tudo isso a dar palco aos passos altos daquelas meninas eternas a furar meu coração apaixonado. Naquela noite na casa de Conceição Romão uma tertúlia ao som de um toca discos.

A noite inteira ao ritmo dos “Velhinhos Transviados” e o som universal de sua orquestração só para dançar, tocar-se e se tornar um mar agitado. Os cheiros de cinema das meninas, como a nos conduzir pela ponta do lobo frontal feito uma lobotomia. E maior contramão ali acontecia: um furor pela conclusão das sugestões à sujeição da vontade delas. Só quando casar.

Os “Velhinhos Transviados” mandavam brasa: Huly Gully Baby; Calhambeque; Limbo Rock; SanFrancisco; Les Comichons; Anjo Azul; Quando entre tantos LPs. Tome música nas noites de sábado. E quem era o líder dos Velhinhos? Nada menos que o guitarrista Zé Menezes nascido em Jardim e que começou a vida artística em Juazeiro do Norte, aos oito anos de idade apresentando-se para o Padre Cícero. Aos onze era músico da Banda Municipal de Juazeiro.

Como era do tempo de busca, da aventura vai para Fortaleza e vive como radialista num serviço de alto-falantes. Retorna a juazeiro e no início das escaramuças da segunda guerra mundial e do aumento da influência americana, o primo Luís Rosi se torna líder de uma banda de Jazz e Zé Menezes o acompanhe, inclusive tentando Fortaleza pela segunda vez. Ali aprende o ofício de Alfaiate. No início dos anos 40 é contratado como segundo violonista da orquestra da Ceará Rádio Clube de onde formou um regional próprio para tocar na emissora durante quatro anos.

O famoso radialista César Ladeira o conhece e o contrata para a Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro. Em 1945 formou o "Conjunto Milionários do Ritmo" que muita gente ainda hoje lembra. A partir de 1947 fica 25 anos na Rádio Nacional, parte do tempo ao lado de Garoto no programa "Nada além de dois minutos". Em 1948 compõe o primeiro sucesso, o samba "Nova Ilusão" (em parceria com Luiz Bittencourt) e grava com grupo "Os Cariocas". Em 1950 o choro "Sereno", com Luiz Bittencourt foi gravado por Chiquinho do Acordeom. Grava solos ao violão tenor e os choros compostos com Luiz Bittencourt. Em 1951, grava o baião "Não interessa não" e o choro "Vitorioso", com Luiz Bittencourt. Continua gravando na década, inclusive faz um solo de violão elétrico do samba "Copacabana", de João de Barro e Alberto Ribeiro, e a valsa "Um domingo no Jardim de Alah". É dele o famoso samba "Tudo azul", com Luiz Bittencourt lançado pelo grupo vocal As Moreninhas.

E Zé Menezes continuou operando músico com os gênios dos anos 50 e 60 e gravando discos com seu grupo. "Os Velhinhos Transviados", surgem em 1962 com "Nós os carecas", "Pierrot apaixonado", "Fica comigo esta noite", "Chuá, chuá", "Bossa nova", entre outras músicas. No mesmo ano lança o segundo LP "Os Velhinhos Transviados - Sensacionais". Em 1963, os LPs "Os Velhinhos Transviados - Fabulosos" e "Os Velhinhos Transviados - Espetaculares". Em 1964, no LP "Os Velhinhos Transviados - Bárbaros!", chegando ao "Mas, que nada", de Jorge Bem; "Louco", "Rio", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Os Velhinhos Transviados renderam 13 LPs.

E após aquela lobotomia na minha esquizofrenia entre atacar e me apascentar, turvo de conflito, esgotado do irrealizado sugerido por elas, desço pela Miguel Lima Verde, é demais e seus azulejos no futuro assassinados. A camioneta tinha motor de arranque: um pedal no lado direito do acelerador para juntar as duas funções: ignição e alimentação. E logo eu com aqueles símbolos aos meus pés. Eu que fora ingnificado, mas não alimentado.

Fui me agasalhar no manto escuro da estrada rural. Passando a ponte velha, chegando à porta da garagem apenas com as lanternas da camionete para iluminar. Guardo o carro, abro a porta, vou ao quarto e deito-me. Com elas nos meus braços ao menos dando curso às minhas forças transviadas.

Numa tarde morna de outubro - Emerson Monteiro

As palavras escorrem feitas longas lavas aquecidas de vulcão pelas frestas livres de pensamentos flutuantes que se deixam transcorrer, e insistem fogosas a vadiar nos campos reluzentes intensos dos blocos de sombras claras, nas folhas secas espalhadas em solos convidativos de formações superpostas, céu azul de tarde informe, infinita. Vão e vêm aos gestos matemáticos astutos dos caçadores armados até os dentes em cada esquina silenciosa do aberto firmamento que lhes invade o mistério, rasgando sem pudor a veste suave das cores mil da imaginação impaciente.
Estrelas penetram esse teto cor de rosa das antigas telhas, no sótão da casa velha, numa cidade abandonada, daí descem impávidas através das réstias fulgurantes, quais poemas alados, sentimentos impossíveis de formas e gentes, que percorrem corações, pulmões, artérias, e sacodem ao som dos acordes circunstanciais de saudades irremovíveis, sobreviventes à retina do sonâmbulo que passeia entre as pedras super aquecidas, no fulgor dos sóis ilimitados.
Quase gosto de rever a sensação da véspera, de um sonho interno consistente. Feliz amabilidade se estabelecera no interior das fibras do ser e mergulhara enervada antes/durante/depois. Força prudente de quem chega para sempre permanece agarrada nas tetas instintivas do corpo, formando grotas fundas do domínio. Luzes escorregadias, invasoras de células, revelaram o mesmo destino. Garras convergentes, açoites e fogos exóticos das supremas elevações e trens velozes riscaram nos ares faíscas e ritmos frenéticos bem perto das espirais constantes vitais.
Quantas vezes passadas aqui as perguntas redivivas e reais, blocos sólidos voando geométricos sobre feras descuidadas reunidas ao sabor das palavras de ordem espedaçadas nos poemas e amealhadas às pressas nas barracas das feiras, pregões doces desprendidos de portas arregaçadas pelo vento enovelado de chamas cinzas.
Inúteis pinceladas riscam, pois, sortilégios nos muros enegrecidos, garagens inesperadas e pontes. Letras e outros sinais entregaram suas asas indiferentes ao sopro da brisa, na espera das redes que cativem e conduzam, no burburinho dos versos. Bichos de goma arábica, marfim e flandres, móbiles tilintando ao suspiro das garças divertidas chilreando voos em gargalhadas juvenis propagadas no espelho das águas lá longe, ponto de fuga extenso do quadro vespertino.
Que mais querer senão emoldurar as notas cristalinas do espetáculo translúcido da tarde em forma de olhares para dentro e ver dentro ainda mais...

Não merece a minha amizade - Por Daniel Hubert Bloc Boris (Jacques)

Pérola nos bastidores... por Edilma Rocha

Quem sabe ?
- Edilma Rocha -

Quem sabe respirei no teu olhar...
Querendo sentir o seu pulsar...
Fiquei por aqui...
nem sei as respostas...
Quem sabe num sonho ficou...

Edilma Rocha

Carinho nunca é demais. Mas é demais, mesmo o pequenino! - Por Socorro Moreira



Não encontrei Ipês no caminho
Cruzei a Rua da Vala
querendo o colo
do olhar materno

Estava lá,  na sua paz resignada
Faíscas de felicidade
que só os puros conservam
Alisei seus fios brancos
macios, risinhos,
e procurei negros fios entre tantos...
Achei-os mesclando de juventude
uma velhice que ainda caminha
ainda  para pra rezar o terço
ainda deseja  uma comidinha bem feita.
Senti tanto amor dentro de mim
que tremi de medo
Medo que esse amor desapareça
um dia do meu peito !

Minha opção é por uma vida amorosa
onde o carinho se renova
Sinto prazer em abraçar e beijar
mãe, filhos, irmãos e amigos !

Dedico á menina Liduína. O olhar melado de sonhos e carinhos , que o Cariricaturas ganha, em todos os seus dias. Extendo o carinho... extendo até alcançar quem dele se aproxima.
Somos todos diferentes, mas o amor é presente !

Ser Transparente- Colaboração de Edmar Cordeiro

Ser Transparente- Colaboração de Edmar Cordeiro

Ser Transparente - Colaboração de Edmar Cordeiro

Ser Transparente- Colaboração Edmar Cordeiro

Ser Transparente- Colaboração de Edmar Cordeiro

PÉROLAS DOS BATIDORES - Por Claude Bloc

HOMENAGEM A DOMINGOS BARROSO
.
A madrugada te revela
Entre versos dispersos,
Entre paredes e vitrais
Sementes-poemas
Sementes da mente
E a poesia se encorpa
E mata a tua sede
E exaure a noite
E apaga os reflexos
Do teu olhar sutil
A poesia tem enfim
O sopro do vento
Tem sabor de fruta
E na loucura dos versos
Esconde
A lucidez do poeta
Noturno
Sonata

 Solidão

Pérola nos bastidores- Por José Carlos Brandão


Glosa de Domingos Barroso

As conchas das mãos nunca estão vazias.
No mínimo estão cheias de nada
e mesmo o nada é poesia.

Tenho poesia no corpo todo,
nos olhos doentes de tanta luz,
nos pés gretados de tantos caminhos,
nas botas, nas unhas, nos cabelos
que caem e renascem a cada dia.

Leio o poema com os olhos,
sinto o poema com os dedos
com o nariz, com os ouvidos e com a língua.
Leio o poema com os cinco sentidos.

As folhas caem, mas, antes de cair, bailam
no ar, valsam suaves ou rodopiam endiabradas.
As folhas têm alma: a nossa alma.

Os versos são formas lúdicas ou são o corpo do amor,
mas a dor do poeta, esse palhaço, quem saberá?

O poema é livre como o voo do pássaro
e se queima no fogo das imagens iluminadas.

Ninguém escreve ou lê impunemente um poema.

Poesia se escreve com sangue pulsando nas palavras
e inundando a forma fecha, de concha, do poema.

O meu bordão flori a cada verso que eu escrevo.
Planto o meu bordão na rocha no meio do deserto
e não brota água, mas sangue convulso.

Escrever é uma dança imóvel à espera da revelação.

(Um abraço, Domingos, do amigo Brandão.)

O futuro dos filhos - Emerson Monteiro

Desde cedo que a atenção dos pais se volta para o encaminhamento dos seus filhos. Pouco importa a condição da família, o sonho do sucesso futuro dos filhos ocupa sempre espaço de prioridade número um, isto em todas as épocas e todos os lugares. O amor acendrado pelos descendentes significa a razão da humanidade prosseguir, apesar das imensas contradições e deficiências nos outros campos da atividade coletiva.
Desde cedo que um movimento natural dos genitores encaminha o filho, sobretudo naquilo que diz respeito aos meios de sobreviver. Neste processo por vezes angustiante e incerto, os que já desenvolveram uma profissão buscam repassá-la aos que demonstram interesse em seguir, quando outros recursos melhores estejam fora de cogitação.
O seguimento das raças dá notícias da criação das primeiras escolas bem nos inícios da organização de vida na Terra. Estabeleceram os aparelhos de formação das novas gerações através da educação formal. Nos liceus de artes e ofícios da Idade Média, a preparação dos jovens atendia necessidades sociais e conduzia aos passos iniciais, sementes das futuras instituições universitárias que agora dominam a ciência e a técnica. Na atualidade, tempos de muitas formas dessa fase industrial-tecnológica, a complexidade toma conta dos mercados e as profissões cresceram quase ao infinito. E nesse quadro misterioso deságuam as apreensões dos pais em relação ao engajamento de seus filhos no universo do trabalho. No entanto as limitações da pirâmide social selecionam só pequena margem de eleitos e restringem os demais, tornando a escola o funil discriminatório da ordem oficial.
Fórmulas prontas não existem para a educação, dizem os especialistas do assunto. Cada caso é um caso. Métodos funcionam ou deixam de funcionar, ao sabor do talento e das pessoas. A exigência de sensibilidade e vocação dos professores e responsáveis responde pela condução dessa valiosa arte de educar.
Além disso, existem as armadilhas onde os maus instintos sujeitam os jovens a prejuízos descomunais, quando fatores negativos invadem a cena. Influências perversas dos desvios sociais nascem da violência, da droga, da desonestidade, maus exemplos, baixa escolaridade, ensino público sucateado, alimentação deficiente, distâncias, e outras atrapalhações mais.
No que pesem os governos haverem notado o valor da formação profissional desde o ensino médio, a grande população ainda passa longe de receber as benesses da nova política. Dentro disso tudo, o fator interesse do filho representa parcela fundamental no seu futuro, investindo tempo e saúde no querer para si os frutos dos seus esforços e tendências, auxílio precioso ao que podem fazer os governantes e pais para a sua felicidade.

Menina faceira
- Claude Bloc -


Antigamente,
menina faceira
eras menina morena, inocente princesa
pés descalços e cachos nos cabelos...
Vivias teus sonhos
brincadeiras na calçada
festa nos dias de feira.
E nos fins de semana
tardes prolongadas
rodas, cantigas
segredos sufocados.

Depois,
menina faceira
vivias dos sonhos:
voltinhas na praça
amores amados
sorrisos encantados.

Hoje,
menina faceira
vejo que passaste
para o outro lado da rua
deixando pra trás
as alegrias consumidas
os risos e as folias.
Tempos de saudade...

Claude Bloc

Pra você ! - Por Socorro Moreira


Sou declarada.
Sinceridade
nada esconde
e quando silencia
revela-se !

Apreços,
indiferenças,
calor e gelo...
Sou assim !

Renasço,
morro,
fico cheia de vida,
e sinto saudades 
do que não tenho

Tenho um amor abrangente,
em forma de gente,
que não sai de mim !

Ontem sonhei 
com esse  moço
jogando bola
com alguns garotos
Aí,  pensei :
que faz por aqui,
se o tempo já correu de si ?

Ele nada disse
Não enxergou meu olhar vadio
Brincou e molhou a  camisa
num riso infantil

Pode agitar  meu campo
Sinta-se livre
Drible o sonho e a vida
No placar final
somos do infinito.
.
Talvez
- Claude Bloc -


Talvez bastasse olhar para frente
e respirar serenamente
talvez bastasse sentir
talvez bastasse nada querer...

Mas permaneço aqui
porque sei as respostas
porque também sei
que as verdades adormeceram
bastou um momento...

Claude Bloc

Leila Pinheiro


Leila Toscano Pinheiro (Belém do Pará, 16 de outubro de 1960) é uma cantora, compositora e pianista brasileira.


A Vida Que a Gente Leva
Leila Pinheiro
Composição: Fatima Guedes

Não tenho medo de nada
porque vivo minha vida
como quem sorve uma taça
de preciosa bebida
saboreio lentamente
cada hora, cada dia
nas coisas que tão somente
fazem a minha alegria

Eu te dou um forte abraço
eu canto
eu digo um agrado
tudo pra ver teu sorriso
o teu sorriso é sagrado
e, às vezes, apenas isto
é luz que dissipa a treva

A gente leva da vida, amor
a vida que a gente leva

o vazio das conchas das mãos

Além do mar se vê Poesia
dentro das botas também.

Pelas paredes e no reflexo dos vitrais.
Nas cerâmicas rachadas e no dorso do mármore.

A poesia é pudim, groselha, tamarindo
água para matar a sede do corpo pois
a poesia exaure os tendões e os cílios.

Não leia o poema com a mente
(nem a sua nem a do outro) .

Há de se permitir o tombo da alma
ao balé da folha seca despencando.

Não leia versos julgando-os amorosos
ou brincantes: quem desvenda o sorriso
daquele triste palhaço na sua alcova?

Não tentem aprisionar o poema
com sutis olhares de mestre.
Ninguém é mestre diante
da loucura e da lucidez
(de fogo) .

Nenhum conceito é puro.
Nenhuma mão que segura a pena é inocente.

Além do mar existe Poesia.
Além do quarto sombrio certamente.

A Poesia não é território somente dos corais ou dos ácaros.
Arranque seu coração experimente escrever sem este músculo.

O cajado do poeta são os versos
retorcidos sob a solidão necessária
de cada poema.

Escrever é o bastante
(e veja a dança) .

A Poesia é uma dança frenética (arrebatadora) .
Quem escreve não precisa de ajuda,
mas sim revelações.

Dia do Professor - Por Norma Hauer


OSWALDO DINIZ MAGALHÃES

Ele nasceu exatamentye no dia do professor, em 15 de outubro de 1904.
Seu nome OSWALDO DINIZ MAGALHÃES.

Entretanto, foi em São Paulo que ele se formou em Educação Física e iniciou sua carreira como professor de ginástica através do rádio.

Hoje existe a "mania" de "trabalhar" o corpo e sabemos o quanto é importante o exercício físico, mas, há 78 anos, quando OSWALDO DINIZ MAGALHÃES começou seu programa "Ginástica pelo Rádio", pouca gente dava importância a esses exercícios.

Ele começou em São Paulo em 1932; em 1934 estreou na Rádio Mayrink Veiga; quando a Rádio Nacional foi inaugurada, em 1936, transferiu-se para esta emissora, passando depois pelas Rádios Globo, MEC e Rio de Janeiro, onde parou, após 40 anos de atividade, em 1972.

Quando completou 25 anos em seu metiê, os rádios-ginastas se cotizaram e mandaram erguer uma estátua de corpo inteiro, na Praça Saenz Peña, onde se pode vê-lo, com um corpo perfeito, de quem, praticava exercício. Esse corpo ele manteve até o fim da vida, aos 93 anos de idade.

Como rádio não é televisão, portanto não tem imagem, ele idealizou dois mapas com os quais acompanhávamos suas aulas. Um dos mapas era para exercícios "com um bastão" (que podia ser um cabo de vassoura) e outro para exercícios livres.

Ele iniciava suas aulas com as palavras "sempre a postos pelo Brasil" , citava um pensamento positivo e começava com uma marcha para "aquecer"; dava início a exercícios leves, daí partindo para os mais "pesados". Terminava, também, com uma marcha, sempre acompanhado por um pianista de nome Jorge de Souza Paiva.

Era tão bom acordar cedo (às 6 horas)´praticar os exercícios, tomar um banho gostoso e cada rádio-ginasta seguir para suas atividades normais, que poderiam ser na escola ou no trabalho.

OSWALDO DINIZ MAGALHÃES faleceu em 26 de janeiro de 1998, aqui no
Rio de Janeiro, aos 93 anos.

Estamos comemorando o "Dia do Professor, esperando que todos tenham hoje um dia MARAVILHOSO.
Mas terão?
Nossas professoras são normamente as primeiras pessoas fora de nosso núcleo familiar que "entram " em nossa vida e que aprendemos a respeitar . Comumente o primeiro dia na Escola (ou na creche) é sempre de dúvidas e até tremores, mas as meiguice e paciência, de nossas professoras, faz-nos aproximar delas e acabamos por não mais temer aquele ambiente estranho com várias pessoas também estranhas.

Afinal, professores fazem parte de muitos anos de nossa vida. A eles devemos um aprendizado útil para todo e sempre

Hoje, adultos, compreendemos quanto eles foram o alicerce de nossa vida.

Mas...hoje eles são desrespeitados, primeiro recebendo um salário irrisório, pela responsabilidade que têm de enfrentar. O Estado paga pessimamente; o Município paga um pouco melhor e a União é que mais dá valor a essa classe IMPORTANTÍSSIMA.

Quanto aos colégios particulares, cada um adota um pricípio. Sei que o Colégio São Bento (o melhor do Rio de Janeiro, segundo o exame do ENEM) é, talvez, o que melhor pague a seus professores. E seus alunos saem de lá prontos a enfrentar qualquer Vestibular.

Hoje, os professores, são mal pagos e enfrentam alunos que os desrespeitam e, se os pais forem comunicados de qualquer "abuso" de um aluno, ainda ficam contra o professor, isso quando não os agridem.
Tenho uma sobrinha que é professora do Colégio Pedro II (federal) que já teve de enfrentar mãe de aluno "bagunceiro", mas soube "segurar a barra". Ela diz que é preciso aprender a lidar com as mães, que consideram seus "filhinhos" "bonzinhos e injustiçados".

Este dia é considerado "feriado escolar". E por que? Um dos motivos é para evitar que crianças pobres se sintam constrangidas por não poder ofertar presentes para suas professoras. Isso acontecia quando havia aulas nesse dia.
Hoje, sem aula, isso acabou.

PROFESSORA
Autores Jorge Faraj e Benedito Lacerda
Gravação original de Sílvio Caldas


Eu a vejo todo dia
Quando o sol mal principia
A cidade a iluminar.
Eu venho da boemia
E ela vai, quanta ironia
Para a escola trabalhar

Louco de amor no seu rastro
Vagalume atrás de um astro
Atrás dela eu tomo o trem
E no trem das professoras
Em que outras vão sedutoras
Eu não vejo mais ninguém

Essa operaria divina
Que lá no subúrbio ensina
As criancinhas a ler
Naturalmente condena
Na sua vida serena
O meu modo de viver

Condena por que não sabe
Que toda culpa lhe cabe
De eu viver ao deus dará.
Menino querendo ser
Para com ela aprender
Novamente o beabá


Norma

Fernanda Montenegro


Fernanda Montenegro (nome artístico de Arlette Pinheiro Esteves da Silva, Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1929) é uma consagrada e respeitada atriz brasileira de cinema, teatro e televisão indicada ao Oscar.

É considerada tanto pelo público como pela crítica como uma das grandes damas do teatro, TV e cinema de todos os tempos.

O Pensamento de Oscar Wilde



A ambição é o último recurso do fracassado.

A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.

A vida é muito importante para ser levada a sério.

O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação.

O Estado deve fazer o que é útil. O indivíduo deve fazer o que é belo.

Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal.

A arte, felizmente, ainda não soube encobrir a verdade.

Oscar Wilde

Oscar Wilde


Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde (Dublin, 16 de outubro de 1854 — Paris, 30 de novembro de 1900) foi um escritor irlandês.

Santa Edwiges

"Santa Edwiges da Silésia (Andechs, Baviera, 1174 - Trebnitz, Silésia, atual Trzebnica, Polônia, 14 de outubro de 1243), nascida Edwiges de Andechs, é conhecida na Polônia pelo nome de Jadwiga Śląska.

Depois da morte do marido e dos filhos, entrou para o mosteiro e dedicou-se a ajudar os carentes. Com seu próprio dinheiro, construiu hospitais, escolas, igrejas e conventos. Ganhou fama de protetora dos endividados por ajudar detentos da região, presos por não terem recursos pagar suas dívidas. Foi proclamada santa pela Igreja Católica em 1267.

O dia 16 de outubro é dedicado a Santa Edwiges, popularmente conhecida como protetora dos pobres ."




Mestre X Vocação - por Socorro Moreira




Refletindo...
Filha de professora primária , brincar de escola foi meu entretenimento preferido desde a mais pequena idade. Quando fui crescendo  antevi outras possibilidades, e decidi que não seria professora. 
Por carma ou  vocação natural, o magistério me remunerou  , pelas primeiras experiências profissionais. Tornei-me professora, circunstancialmente, aos 16 anos de idade. Faltava  gente pra ensinar Matemática, e eu me atrevi, a desempenhar o papel.
Acabei casando com um professor, e fui sobrecarregando aos poucos minha carga horária de trabalho. Não rejeitava a profissão, conseguia vivê-la  com entusiasmo, mas intimamente sonhava com o exercício de uma outra atividade. Chegou meu tempo de bancária, pinçando-me das salas de aula, e aos poucos fui perdendo minha performance como mestra, e afastando-me do convívio/ vida com  os meus pupilos. Hoje reconheço que foi uma das grandes perdas da minha vida. Compensada por outras aprendizagens, mas de certa forma , irrecuperável..
Se eu pude4sse começar tudo de novo, seria Jardineira. Alfabetizaria , ensinaria as quatro operações , e desenvolveria o raciciocínio lógico da meninada.A energia para determinadas tarefas  foi minada. O tempo tem um papel inexorável !
Que fazer , quando se tem a certeza da nossa real vocação, depois de tantos anos vividos?
Nascer de novo, como professora primária?
Isso, se a nossa vida enfrentasse mais vidas. As oportunidades   são finitas, como tudo na vida. Dizem que a roda  é dinâmica, não para seu giro, e tudo volta, porque nada deixa de existir.
Eu agradeço àqueles que me ensinaram tanto, e me desculpo diante do meu papel incompleto, como professora. Certamente não realizei uma troca  equânime .
Dei uma saidinha na noite pra conversar com amigos, e lembrei que esta data não poderia passar sem uma explicação, pelo menos pra mim mesma. Importante abraçar o desdtino Desenvolver  aptidões naturais, seguir o curso dos desígnios interiores. Ainda aprendo , ainda repasso, ainda gosto de ser estudante, isso é confortável.
Um abraço de carinho nos mestres e colegas da minha vida , como  Dr. Zé Newton e Dona Rute,  Rosineide, Magali , Stela, Walda, Joaquim - os mais próximos de mim !
Bem dizia minha mãe : a gente aprende , ensinando ! Eu deixei de aprender ...Mas concordo com essa verdade maior , e abro o meu coração para a maior  e a mais difícil de todas as aprendizagens : dar e receber amor