Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sexta-feira, 14 de maio de 2010





Os dois menores e MELHORES contos de fadas do mundo !!!
1.-) Conto de fadas para mulheres do séc. 21
Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu: NÃO!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos
outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro
carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe
faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e
ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou
sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.
FIM!!!
(Luís Fernando Veríssimo)


2.-) Conto de fadas para mulheres do séc. 21
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda prin cesa independente e
cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em
como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as
conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: - Linda princesa, eu já fui um
príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu
transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me
transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um
lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu
poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os
nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée,
acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco,
a princesa sorria e pensava: - Nem fo....den...do!

FIM!!!
(Luís Fernando Veríssimo)

Por Socorro Moreira





E o espinho disse pra flor:
De ti aspiro o perfume,
a sombra da tua cor
Existo porque te protejo
Sou teu ponto fálico
Sou teu amor!
Se te amar
Marca-me de solidão
Aquieto minha alma
No vazio da tua mão !


Olhos atentos te descobrem
E não adiantam todas as voltas
As meias, as teias...
Nem o decote, que decora
Lá fora a lua some,
engolida por um dia.
Adormeço dos meus olhos,
E sinto que estou sozinha!

É bom morrer de saudade !

Correio Musical - para Claude Bloc e Magali, especialmente !

Se você tem mais de 50 anos , não pense duas vezes ...Ligue o som !
Música nenhuma me faz lembrar tanto, a minha adolescência no Crato, como
"If I had a hammer", com Trini Lopez, claro !

Trini Lopez


Trinidad Lopez III, de nome artístico Trini Lopez (Dallas, 15 de maio de 1937) é um cantor e ator nascido em Dallas, estado do Texas, EUA. Aos 12 anos, ganhou uma guitarra de seu pai, aos quinze anos tocava em uma boate chamada Cipango. Fez sucesso com diversos hits, tais como, If I Had A Hammer, La Bamba, Lemon Tree, Corazón de Melón, entre outros. Participou também de filmes, como "Os Doze Condenados" (The Dirty Dozen) em companhia de, entre outros, Lee Marvin e Telly Savallas. Lopez ganhou diversos prêmios dentre eles o "Lenda Viva" do ano de 2007. Até hoje Trini Lopez canta e recentemente lançou um novo álbum, chamado Ramblin Man, provando que o tempo só fez melhorar sua qualidade e seu encanto com a música.

Verso, eu te desejo ! - Socorro Moreira



Voltou a inquietação...

Meu amor se declara...

É paz ou guerra!

E o passado some

misturado em tantos

que eu já não espero

Agora és tu...

presente no futuro

apronto esse tormento,em ventos mensageiros

Chegas em perfume

pele imaginada

esboço enluarado de obscuro êxtase!

Ópio que penetra...

Sem perda de tempo

te concedo a chave

dessa nova casa!

Ele é louco

Lobo e claro

como as manhãs de maio

Caminha para mim num passinho lento

chega descansado, mas com fome intensa...

E nesse entrelaçado de tantos segredos

Eu procuro em versos matar seu desejo!

Tudo ameaça nascer

Tudo chegou outra vez

Explode como bomba,no contentamento!

Ainda pode ser

E pode também não ser...

O verbo desconjugado

Alínea eu e você!

Beijo a boca que fala pelos dedos

Beijo esse corpo com muito desvelo

E nesse engate

de sentido fálico

A poesia é sexo...

Verso, eu te desejo!

Madrugada em claro - por Socorro Moreira




Madrugada que chora

nuvens aliviadas

lua ausente

Viajo no sonho...

Rio dos meus endereços!

Ressonam teus sinais...

stand by!

Namoro da alma

numa carne viva

pra que transcendência?

Um encontro é lenda

mas se faz carente quando a noite é paz!

O céu ligou todos os sons

música estronda...

efeitos faiscantes marcam esse momento!

Beijo teu mistério,e furtivamente

Aquieto o meu desejo!

Sem palavrões! – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Na última visita que eu e Magali fizemos ao Crato, sentimos falta da Movelaria Irmãos Rola na Rua Ratisbona, bem próximo da Estação do Trem. Depois soubemos que o seu proprietário havia falecido. Os móveis ali fabricados eram de excelente qualidade.

A propósito dessa ótima movelaria que o Crato perdeu, juntamente com seu honesto proprietário, lembrei-me de uma pequena história que ouvi sobre os móveis fabricados por essa tradicional oficina da nossa terra.

Robertinho ia cursar o terceiro científico, atual “ensino médio” e, teve de ir estudar em Recife para tentar o vestibular no curso de engenharia. Rapaz de inteligência privilegiada, possuidor de extraordinária presença de espírito, bem valia o esforço que seus pais empreenderiam para que ele seguisse adiante nos estudos. Robertinho se reuniu com mais dois colegas de turma e juntos alugaram um apartamento confortável na Boa Vista, local onde o cratense que visita a capital pernambucana pode encontrar na certa, com vários universitários do Crato que por lá estudam.

Decorridos cerca de três meses de moradia em comum, a camaradagem dos três colegas cratenses aumentava cada vez mais de intensidade. E Robertinho era o mais brincalhão dos três, recitando a cada observação que fazia um sonoro palavrão. Mas isto até o dia em que dona Lurdinha, mãe de um colega do Robertinho foi visitar o filho, para saber como ele estava instalado, enfim, verificar se tudo ia bem, como ia de estudo, e mais uma porção de coisas que toda mãe se preocupa quando se trata do “bem estar” dos filhos.

A presença daquela senhora entre os três estudantes não inibiu Robertinho de pronunciar seus sonoros palavrões. Até que, dona Lurdinha, sentindo-se incomodada em ouvir tantos nomes feios, muito dos quais ela nem imaginava que existissem falou sério com ele: “Robertinho, você vai me fazer um grande favor! Vai me respeitar e enquanto eu estiver aqui não quero ouvir nenhum nome feio saindo da sua boca imunda!”

Claro que Robertinho se melindrou. Sempre que a dona Lurdinha estava em casa, ele se recolhia ao seu quarto, deixando para fazer suas refeições em outros horários ou quando não, se privando de algumas delas. E isto dona Lurdinha percebeu claramente.

Certo dia, ao atravessar o corredor do apartamento, dona Lurdinha viu a porta do quarto de Robertinho aberta e, ele estudando, apoiado numa bonita escrivaninha. Tentando quebrar o gelo, ela puxou conversa: “Que móveis lindos os seus, Robertinho! Onde você os comprou?” “No Crato!” Respondeu Robertinho. E dona Lurdinha quis saber mais: “No Crato? Em que lugar?” E encerrando a conversa, Robertinho acrescentou: “Naquela Movelaria cujo nome é um grande palavrão! E a senhora me proibiu de falar palavrão!”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo
A história é verídica e os nomes dos personagens fictícios para preservar suas identidades.

Ilusão Perdida

 Florida ilusão que em mim deixaste

a lentidão duma inquietude

vibrando em meu sentir tu juntaste

todos os sonhos da minha juventude.


Depois dum amargor tu afastaste-te,

e a princípio não percebi. Tu partiras

tal como chegaste uma tarde

para alentar meu coração mergulhado


na profundidade dum desencanto.

Depois perfumaste-te com meu pranto,

fiz-te doçura do meu coração,


agora tens aridez de nó,

um novo desencanto, árvore nua

que amanhã se tornará germinação.


Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco'

Tradução de Albano Martins

Saudade

Saudade - O que será... não sei... procurei sabê-lo

em dicionários antigos e poeirentos

e noutros livros onde não achei o sentido

desta doce palavra de perfis ambíguos.



Dizem que azuis são as montanhas como ela,

que nela se obscurecem os amores longínquos,

e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas)

a nomeia num tremor de cabelos e mãos.



Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro,

seu segredo se evade, sua doçura me obceca

como uma mariposa de estranho e fino corpo

sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas.



Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado

desta palavra branca que se evade como um peixe?

Não... e me treme na boca seu tremor delicado...

Saudade...


Pablo Neruda, in "Crepusculário"

Tradução de Rui Lage

Para o Meu Coração...

Para o meu coração basta o teu peito,

para a tua liberdade as minhas asas.

Da minha boca chegará até ao céu

o que dormia sobre a tua alma.


És em ti a ilusão de cada dia.

Como o orvalho tu chegas às corolas.

Minas o horizonte com a tua ausência.

Eternamente em fuga como a onda.


Eu disse que no vento ias cantando

como os pinheiros e como os mastros.

Como eles tu és alta e taciturna.

E ficas logo triste, como uma viagem.


Acolhedora como um velho caminho.

Povoam-te ecos e vozes nostálgicas.

Eu acordei e às vezes emigram e fogem

pássaros que dormiam na tua alma.


Pablo Neruda, in "Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada"

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é...

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.


Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já acabaram..

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais?

Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos; seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

(Paulo Coelho)

COMO MANTER-SE JOVEM

Não sou muito de textos de auto-ajuda, mesmo considerando que, para que cada pessoa encontre seu caminho deve preparar-se a partir de si mesmo/a e, daí, abrir as portas para receber a luz que vem de fora e igualmente para "o novo". Sair de si, depois de um mergulho reflexivo, para encarar o mundo sem negativismo, sem "baixo-astral"... A leveza no perceber das coisas é necessária e cúmplice diária para esse novo olhar sobre as coisas do dia a dia.

(Claude Bloc)

E como dizem que os otimistas vivem 12 anos mais que os pessimistas... não custa ler as sugestões:


1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.



2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo. (Lembre-se disto se for um desses depressivos!)


3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!




4. Aprecie mais as pequenas coisas

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!



6. Quando as lágrimas aparecerem aguente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. VIVA enquanto estiver vivo.


7. Rodeie-se das coisas que ama:
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar (você mesmo) é o seu refúgio.


8. Tome cuidado com a sua saúde:
-- Se é boa, mantenha-a.
-- Se é instável, melhore-a.
-- Se não consegue melhorá-la , procure ajuda.


9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente,mas NÃO para onde haja culpa

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.
(Recebido por e-mail)

Escondida no tempo - por Socorro Moreira



Consistente e insistente
Persiste minha agonia
Processo da dúvida,
Que se afasta todo o dia .
Dias de silêncio
Coração em guerra,
Passa frio...
Come o que sobrou do ontem
Engorda de esperança
Para morrer de alegria!


Risos, gargalhadas
Numa sintonia errada
Sinalizando caminhos
Quando eu crescer
Quero ser gueixa ou ameixa...
Um doce, que se derreta.
Na boca do teu carinho!

Nem tudo pode
No tempo,
Desenhar o seu destino
Fica faltando um arabesco
O nome de um brinquedo,
Um cofrinho ou um potinho...
Nem tudo dói, quando falta ...
Mas a dor de uma saudade
Machuca e deixa roxinho
O canto de qualquer braço!

Se não fosse a poesia
Que me transporta a um oásis
Eu morreria de tédio!

Oásis que mata a sede
Mostra a beleza do céu
O poder do sol,
A magia da lua
E verdeja o sono
No vento de uma palmeira,
Enquanto você não chega!

Vem...
De capa e espada
Como um personagem de fadas
Ou um cavaleiro antigo
Vem,
Meu bem...
A espera é ansiosa, cansada.
Aflita e medrosa
Vem, que a vida é curta
E não quero encurtar a vida
Sem provar a tua volta!

Pensamento te libera
Suave e alegremente
Tal qual soltamos um pássaro
Da gaiola ou do viveiro!

Solta de ti,
Ainda seguro teu cheiro,
No fio do teu cabelo,
Que não se aparta de mim

Brusca, abrupta
Inconseqüente demência
Qualquer coisa justifica
O impulso do desejo

Mas o vazio que fica
Na dor de qualquer partida
É fruta que não almejo
Na fome do meio-dia!

Mas o que resta de pendência
Também pode ser zerado
Na conta do nosso tempo
Tudo já foi perdoado!

Fim do dia
Mais um Domingo que finda
Sem passeio no campo
Sem a tua companhia
Meu canto é no travesseiro
Que arrumo noite e dia
Fica difícil aturar
A falta que não existe
Mas a morte
Tem seu dia!


Nestas horas lentas,
Em que o dia se escoa,
Como um rio na planície...
Vivo um abraço imaginário,
Esperando a noite chegar.
Quem te acorda
Da corda e do som?
Uma angústia, uma ausência.
Gole amargo é fel do não!

Abre a janela
A luz te invade
Como em labirintos
A deixar passar o vento.
Que se sente, sem se ver...

Sono que se vai
O lado vazio e silencioso da cama
Arrumo o lençol que fala...

Exposta ao tempo,
Que a cor vem tomar...
Exposta ao vento,
Que seu calor vem esfriar...
Mesmo assim quero ativo,
Na primeira,
Na Segunda,
Pessoal, sempre, interno,
Silente
Céu eterno!

Chão acaba
Falta o ar.
Respirar para aturar.
Respirar para esperar,
Presente com tinta
Futuro sem papel
Passado amarrado
Pipas voam alto do além para cá...
Conquista espaço,
Na janela do quarto
Vejo um pedaço do céu!


Segunda encomprida a semana
Noites chuvosas
Dias de tédio
Voz calada
Corpo cansado
Alguns restos, na mala...
Rua vazia...
Onde estamos?
Onde estão as noites de verão,
Os dias de primavera,
A voz cantante, o corpo dourado,
As praças cheias,
Os banhos de cascata,
O refresco de cajá,
O pão com nata...
Onde estão todos?
Do lado de cá, nada está!


por Socorro

A flor que não morreu ... - por Socorro M

Eu pinto com o pensamento

desboto com o esquecimento

mancho com beijos

retoco o desejo

sopro a poeira dos medos

risco recados no espelho

e brilho no sol das manhãs .


Esta noite , uma surpresa ...

o riso da vida , na cor do batom !


Areia de Itapoan

macaubeira do Crato

pequi na sopa de feijão

zoada de informação


Parece que nunca cortou os cabelos ...

tem versos no shampoo de aroeira

Um cheiro de Juazeiro

um corpo fino , mente solar

inteligência poética , no imaginar


Tudo é livre , menos a lembrança ...

Se mudar o filme , morre a canção !
Santeiro das formas

poeta dos anjos

escarrra beleza

exala paixão ...


por Socorro Moreira

Por Socorro Moreira

"Só no Crato"

Passado e presente se misturam
Como aroma e sabor
Um gosto de vida e ternura
na boca de quem provou !
Como esquecer ...
a biblioteca de Dona Liô
a canjica de Eunice
o doce de Isabel
a tapioca de Erice
o "amor em pedaços " da minha mãe,
a peixada de Paulo Frota ,
o sorvete de Bantim,
o pirão do Pau do Guarda ,
os desenhos do meu pai ,
a paciência de Dr Eldon ,
os sermões de Pe. Frederico ,
as aulas de Alderico ,
e a Casa do Pintor ?
Sessão de cinema nas tardes
sapotis no beco de Pe. Lauro,
as injeções de Dona Soledade ,
tertúlias na Pedro II,
matinais no Tênis Clube
Festa da Padroeira
Natal com missa do galo ,
São João com bandeirolas ,
quintal enfeitado,
camisas de riscado ,
vestido de chita ,
tranças no cabelo ...
Acho que dormi o tempo inteiro
Acordei com vontade de comer pipocas ,
beijar na boca ,
escrever uma carta de amor ,
acabar o namoro ,
devolver a aliança ,
rasgar o vestido de noiva ...
Pari três vezes
Pelas minhas crias não retoco o passado
Nem nos sonhos, ouso alterá-lo !
Quero apenas ,
um caderno e um lápis ,
pra anotar o que deixei ficar
Meu brinco de pérolas ,
meu reino encantado ,
um cavalo sem príncipe ,
um amor infinito ,
que entrou pela perna do pato ,
e saiu pela perna do pinto ...
Não consigo contar vinte e cinco ...
A vida é breve , e um dia finda !


por Socorro Moreira

Por Domingos Barroso

vejo sempre encanto
As tatuagens secretas
estampadas no dorso
das minhas ninfas

guardo-as no coração
nunca na memória.

Não preciso fechar os olhos.
Não sonho.

Levo no coração a alma contente
sempre agradecida pela misericórdia
dessas lindas meninas

solícitas,
oferecem ao velhinho

(cabelos brancos
dentinhos quebrados)

o milagre dos desenhos
das pinturas
do estilo:

flores,
dragões,
tribais.

Por Ana Cecília S.Bastos



Mar virado


O mar o mar o mar o mar o mar o mar o mar.
Derramar.
Maravilhar.

Mar virado. Itacimirim, Bahia. Foto de MVítor.
por Ana Cecília

Marinês



Marinês, nome artístico de Inês Caetano de Oliveira (São Vicente Férrer, 16 de novembro de 1935 — Recife, 14 de maio de 2007) foi uma cantora brasileira de forró, baião e xaxado, entre outros ritmos.

Filha de pai seresteiro, iniciou a carreira na banda Patrulha de Choque do Rei do Baião, que formou com o marido Abdias e o zabumbeiro Cacau para se apresentar na abertura dos shows de Luiz Gonzaga.[1]

Gravou o primeiro disco em 1956, já à frente do grupo Marinês e sua Gente, com o qual se consagrou.[1]

Marinês tivera um AVC em 5 de maio, em Recife, e estava se recuperando no Real Hospital Português de Beneficência, no Recife, quando morreu.

Sinatra




Francis Albert Sinatra (Hoboken, 12 de dezembro de 1915 — Los Angeles, 14 de maio de 1998) foi um cantor e ator estadunidense.

Filho de dois imigrantes italianos.Foi casado com Nancy Barbato e posteriormente com as atrizes Ava Gardner e Mia Farrow, e com a socialite Barbara Marx, com quem terminou seus dias. Possui duas estrelas na Calçada da Fama, uma por seu trabalho na música e outra por seu trabalho na TV americana. É considerado um dos maiores intérpretes da música no século XX. Teve três filhos: Nancy Sinatra, Frank Sinatra Jr., e Tina Sinatra.

Sem nenhum treinamento formal, Sinatra desenvolveu estilo altamente sofisticado. Sua habilidade em criar uma longa e fluente linha musical sem pausas para respiração, sua manipulação de frases o fez chegar bem mais longe que o usual dos cantores populares.

Sinatra apareceu em mais de cinquenta filmes, entre eles: "Anchors Aweigh" (1945), "On The Town" (1949), "From Here To Eternity" (1953), com o qual ganhou o Oscar, "The Man With The Golden Arm" e "High Society" (ambos de 1956), "The Manchurian Candidate" (1962) e "The First Deadly Sin" (1980). Fez parte do chamado Rat Pack, grupo de artistas muito ativo entre meados da década de 1950 e 1960.

Teve seu próprio show de TV durante vários anos e nos anos 90 continuou na ativa em concertos e gravações, onde lançou uma série de duetos, inclusive via satélite, utilizando recursos da mais moderna tecnologia.

Seus principais sucessos são "Fly me to the moon", "My Way" e "New York, New York". Sinatra também cantou com o brasileiro Tom Jobim. Na oportunidade, "Girl of Ipanema" brindou o grande encontro.

wikipédia

Soneto das Definições - Carlos Pena Filho


Não falarei de coisas, mas de inventos
e de pacientes buscas no esquisito.
Em breve, chegarei à cor do grito,
à música das cores e do vento.

Multiplicar-me-ei em mil cinzentos
(desta maneira, lúcido, me evito)
e a estes pés cansados de granito
saberei transformar em cataventos.

Daí, o meu desprezo a jogos claros
e nunca comparados ou medidos
como estes meus, ilógicos, mas raros.

Daí também, a enorme divergência
entre os dias e os jogos, divertidos
e feitos de beleza e improcedência.


Poema extraído do livro A Vertigem Lúcida

Pássaro na Vidraça - por Everardo Norões


súbita pulsação
na vidraça
luz
na lágrima parada
entre espaços
onde tudo se dissolve
(ínfima poeira
nas Galaxias)
uma
vertiginosa lor
explodida
dntro
de si
mesma