Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ZE LIMEIRA NO PEDAÇO

Aí Claude...Cadê o povo???


Eu vou provocar um trote
Pra Claude mulé faceira
peguei na palavra o mote
fui buscar nas cabeceira
Faço da rima o meu bote
pulando que nem caçote
versando com Zé Limeira


Virei sapo em pé de pote
Lagatixa de palmeira
Pé de pato e cocorote
Poeira de cabroeira
Quebradeira de barrote
Assadura de cangote
Versando com Zé Limeira

Dedê

A FORÇA DO ABRAÇO - por Ulisses Germano

O abraço é o termômetro
Que mede o calor humano
Tem na sua intensidade
O valor da sinceridade
Que tece seu próprio plano

Quem abraça oferece
Afago ou desalinho
Dependendo do abraço
A gente sente o carinho
Se for falso perde a graça
Logo, logo se deslaça
Perdendo o seu cadinho

Quando é forte e duradouro
Se assemelha ao infinito
Que dura uma eternidade
Nada assim pode ser dito
O abraço que dei nela
Foi tão forte que a costela
Quebrou-se e eu ouvi o grito!


Fernando Pessoa - Poesias



Palavras do Pórtico


“Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: ‘Navegar é preciso, viver não é preciso’.
Quero pra mim espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não Conto gozar a minha vida; nem gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa raça.”
Fernando Pessoa

No livro lançado pela LP&M pocket, estão reunidas algumas das mais célebres criações de Pessoa em suas diversas fases e de seus heterônimos.

“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”


Tabacaria

“Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...”


Liberdade


“Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...”
Poema em linha reta


Postado por: uma pessoa
Hora: pessoal
Data real: passou

Do BLOG:

SANGUE E MEMÓRIA



Sou um jorro de sonhos na paisagem
onde canta um pássaro louco. Ó grifo
sepulto e vivo em mim, por onde me levas?
Sou um lobo de fogo num poço de febre.

Um cavalo cego no lodo agoniza. Ó verbo
de Deus e do Demônio e meu. O caos
é nosso domicílio. E nós queríamos
o belo e o horror. A luz selvagem

dos espelhos. E a nossa água devassa
o pânico das conchas. Purifica o nojo
a nossa lava, mas não salva a flor.

Noite terrível, ó grandioso amor.
Acolhe-me em teu seio! Lua sangrenta
sobre o abismo... Eia, sus! Eu sou o abismo.

                                                 J. C. Brandão



terça-feira, 30 de agosto de 2011

COCO PARA MESTRE ALDENIR - por Ulisses Germano

Mestre Aldenir completou 77 anos de idade no dia 20 de agosto. Com mais de meio século brincando de reisado, é considerado por estudiosos como Rosemberg Cariri e Antônio de Nóbrega como uma das personalidade mais autênticas do folclore nacional.

 *****

Mestre Aldenir

Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Desde menino
No tempo da lamparina
Trabalhava no engenho
Calejando as suas mãos

Quis o destino
Que o reisado o encontrasse
Pra daí nascer o enlace
Do folclore e o coração

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Quem o conhece
Sabe bem da sua glória
No Crato fez sua história
Espalhou muita emoção

Agora vive
Consagrado e bem amado
Respeitado e admirado
Sendo a própria tradição


Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri


Sua amizade
Para mim é um tesouro
Vale mais que todo ouro
Ninguém pode nem medir

Quando ele brinca
De espada sai faísca
É assim que ele arrisca
Sua vida sem sentir

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

A companheira
Que tanto o admira
É a musa que o inspira
Se chama Mestra Isabé

Ela é a prova
Do amor que vence tudo
Seu espelho é o escudo
Firme e forte de mulher

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Eu me dispeço
Desejando que ele viva
Juntinho da sua diva
Muitos anos bem feliz

É que prossiga
Ensinando humildemente
A alegria pra essa gente
Como ele sempre quiz


POR DENTRO DA OPUS DEI

OPUS DEI: O EXERCITO DO PAPA
TEXTO DE: Mariana Sgarioni e Mauricio Manuel

MORTIFICAÇÃO CORPORAL
Imagine sua mente sendo monitorada 24 horas por dia. Você está num lugar onde não é permitido ver televisão ou ir ao cinema. Até o jornal chega editado às suas mãos. Ninguém pode ter amigos do lado de fora e o contato com a família é restrito.
Pelo menos duas horas por dia, você tem de amarrar um cilício na coxa – espécie de instrumento de tortura com pontas metálicas que machucam a pele. Quanto maior for o seu desconforto, melhor: isso significa que a instituição está exercendo mais controle sobre você. Se doer demais, tudo bem, você poderá trocar de coxa na próxima vez. O importante é que a experiência não passe em branco. Tem de machucar, deixar marcas. Caso contrário, não “faz efeito”.
Castidade
Se tudo isso já parece um pesadelo, saiba que ainda não acabou. Uma vez por semana, você terá também de golpear suas nádegas ou suas costas com um chicote. E ainda passará pelo que é chamado de “sinceridade selvagem”: contar aos seus superiores cada pensamento que passa pela sua cabeça, principalmente aqueles segredos mais íntimos, sobre os quais não se comenta nem no banheiro, de porta fechada e luz apagada. Se você não revelar tudo, mas tudinho mesmo, estará mantendo um “segredo com Satanás”.
As situações descritas acima não ocorrem nos porões de uma ditadura ou no ritual de alguma seita satânica, muito pelo contrário. Elas são rotina nas residências do “OPUS DEI”, onde vivem os chamados numerários – membros da organização religiosa que fazem voto de castidade e estão ali por opção, para “santificar” o mundo
Como dizia Josemaría Escrivá, fundador do grupo: “Seja santo. Santifique-se em seu trabalho. E santifique os outros com seu trabalho”.
Quem defende a instituição religiosa das acusações de ultraconservadora, totalitária e conspiradora garante que não há nada de errado com suas tradições, muito menos de secreto ou misterioso nas ações de seus integrantes. “Para quem conhece e vivencia o OPUS DEI, acima da pirotecnia fica a verdade: ele é uma entidade da IGREJA CATÓLICA (...) cuja única finalidade é procurar o ideal da vida e de serviço cristão no meio do mundo, mediante a santificação do trabalho profissional, da família e dos deveres cotidianos”, afirma o jurista Ives Gandra Martins, num artigo publicado pelo jornal Folha de S.Paulo em 2005

JOSEMARÍA ESCRIVÁ
O fundador que virou santo.
Fundador do OPUS DEI, o sacerdote espanhol – falecido em 1975 – hoje é santo. Nascido no ano de 1902, Escrivá teria resolvido dedicar sua vida ao sacerdócio quando, no rigor do inverno europeu, viu um padre caminhando descalço sobre a neve. Segundo a história oficial, o jovem sentiu-se compelido a seguir o exemplo e também oferecer-se a Deus.
Escrivá afirmava ter tido uma visão depois de ordenado, aos 26 anos: homens e mulheres realizando a “Obra de Deus” e mudando os rumos da história. Assim ele teria tido a idéia de criar o OPUS DEI. Depois de fundar a ordem em Madri, no ano de 1928, saiu arrebanhando seguidores. Mas logo esbarraria na Guerra Civil Espanhola, em 1936. Escrivá abandonou a cidade e interrompeu a expansão do Opus, retomando-a só em 1939, com o fim da guerra e a manutenção do ditador Francisco Franco no poder.
POLÊMICO
• Virou santo em tempo recorde, em 2002 (só 27 anos depois de sua morte). Segundo seus críticos, era simpático ao regime totalitário de Franco.
• Foi confessor de Franco e de vários ministros durante a ditadura espanhola.
DISCIPLINA
Chicotadas nas próprias costas é uma das modalidades de autoflagelo à qual os seguidores do Opus Dei recorrem pelo menos uma vez por semana. A pequena corda com nós usada para isso, conhecida como “disciplina”, geralmente não deixa marcas.
NA CARNE
O cilício tem pontas de ferro que penetram na carne. Para a maioria dos numerários, esse tipo de penitência física é uma prática corriqueira: eles passam pelo menos duas horas por dia com esse instrumento de tortura amarrado perto da virilha.
LIVROS PROIBIDOS
O Opus Dei tenta controlar o que seus seguidores lêem. A ordem classifica obras literárias numa escala que vai de 1 a 6: no primeiro nível estão os livros permitidos a todos e no último, os totalmente proibidos. Conheça alguns deles:
• O Capital, Karl Marx
• Além do Bem e do Mal, Nietzsche
• Cândido, Voltaire
• O Evangelho Segundo Jesus Cristo, José Saramago
• O Diário de um Mago, Paulo Coelho
• Presente de um Poeta, Pablo Neruda
• Ulisses, James Joyce
• Madame Bovary, Gustav Flaubert
• Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust
A CRUZ E O MUNDO
No símbolo oficial do OPUS DEI, o círculo representa o mundo e a cruz é a marca do cristianismo inserida nele. Trata-se de uma representação do sonho que Escrivá teria tido aos 26 anos de idade: a “Obra de Deus” alcançando cada canto do planeta, pelas mãos de seus seguidores.
JAVIER ECHEVARRÍA
O atual mandachuva.
Este homem é o atual prelado do OPUS DEI – cargo máximo do grupo, vitalício – e não responde a mais ninguém além do papa. Espanhol, nascido em 1932, formou-se advogado, especializando-se em direito civil e direito canônico. Entrou para a organização em 1948, com apenas 16 anos, mas só foi ordenado sacerdote em 1955. Dom Javier, como é chamado, foi secretário de Josemaría Escrivá durante 22 anos. É uma das pessoas que mais conheceu o fundador da organização religiosa na intimidade.
Ao assumir o comando em 1994, nomeado prelado pelo papa João Paulo 2º, Echevarría tornou-se o 3º prelado da ordem desde a sua fundação, em 1928. Ele substituiu Alvaro del Portillo, sucessor direto de Escrivá. Dom Javier é conhecido por viajar o mundo inteiro para divulgar a “Obra” e abrir portas para o diálogo entre crenças e culturas distintas.
MISTERIOSO
• Integra a congregação que controla processos de canonização desde 1981.
• É chanceler da Universidade de Navarra e de outras instituições de ensino.
• Ao contrário de Escrivá, prefere manter sua biografia cercada de mistério.
FONTE: REVISTA SUPER INTERESSANTE
NOVEBRO DE 2008
EDITORA ABRIL

São Josemaría Escrivá e o Brasil – por monsenhor Pedro Barreto Celestino (*)



"O Brasil é um continente!". Foram precisamente essas as primeiras palavras de carinho para com o nosso país que ouvi de São Josemaría Escrivá, quando o conheci, em meados de outubro de 1965. Depois, nos dois anos e meio em que vivi perto dele, em Roma, em muitas ocasiões escutei de novo essa afirmação ou outras semelhantes, que manifestavam o interesse e a medida das suas esperanças com relação ao Brasil.

Atrevo-me a dizer que o que à primeira vista fascinou a monsenhor Escrivá no Brasil foi ver a convivência fraterna de pessoas de procedências tão diversas. "O Brasil! A primeira coisa que vi foi uma mãe grande, formosa, fecunda, terna, que abre os braços a todos, sem distinção de línguas, de raças, de nações, e a todos chama filhos", disse. "Grande coisa é o Brasil! Depois vi que vos tratais de uma maneira fraterna, e emocionei-me."

São Josemaría Escrivá esteve 17 dias no Brasil. Chegou ao Rio de Janeiro no início da noite de 22 de maio de 1974 e daqui foi para São Paulo, que era, na altura, a única cidade onde o Opus Dei desenvolvia atividades estáveis. Naqueles dias, reuniu-se com muitos milhares de pessoas, em grupos numerosos ou reduzidos. Com os ouvidos bem atentos, escutou suas perguntas e conheceu episódios que lhe queriam contar.

Surpreendeu-nos a acuidade com que captou os traços mestres do caráter do país. "Tendes que fazer sobrenaturalmente o que fazeis naturalmente; e, depois, levar esses afãs de caridade, de fraternidade e de compreensão, de amor, de espírito cristão, a todos os povos da terra. Entendo que o brasileiro é e será um povo missionário, um grande povo de Deus, e que as grandezas do Senhor, as sabereis vós cantar em toda a terra."

Acho que, em 1974, os próprios brasileiros tínhamos só uma ideia bem limitada dessas possibilidades. Sabíamos, naturalmente, que o Brasil limita-se com 10 países e que não tem disputas de fronteiras; já era conhecida a habilidade de alguns diplomatas brasileiros nos organismos internacionais. Mas a penetração internacional do Brasil ainda era muito pequena. Os jornais não falavam de homens de negócios daqui que ocupassem cargos de relevo em firmas internacionais, e os jogadores de futebol no exterior ainda se contavam com os dedos das mãos. A ajuda que os brésilieurs tinham prestado na cristianização da África francesa parecia um fato histórico isolado, e não nos passava pela cabeça que, na estratégia de Deus, o Brasil estivesse chamado a ocupar um papel importante na difusão das verdades do Evangelho fora das suas fronteiras.

Naqueles dias luminosos do outono de 1974, o fundador do Opus Dei viu com clareza tantos valores positivos que fazem parte do modo de ser e da cultura dos brasileiros. "Há muito trabalho que fazer. Há muitas almas boas no Brasil. E vós tendes no coração o fogo de Deus, aquele que Jesus veio trazer a terra. É preciso pegá-lo aos outros corações. Tendes simpatia e bondade, capacidade humana e sobrenatural para fazê-lo."

Contudo, nada mais equivocado do que pensar que a visão de São Josemaría Escrivá a respeito do Brasil foi de deslumbramento ingênuo. Junto com as coisas boas, percebeu também com agudeza as deficiências e as necessidades. Só que não as viu com o espírito crítico de um observador alheio: viu-as com olhos fraternos, paternos, de sacerdote. Num daqueles dias comentou: "No Brasil, nós os católicos temos muito que fazer, porque se vê gente necessitada das coisas mais elementares: de instrução religiosa e também de elementos de cultura comuns. Temos de promovê-los de tal maneira que não fique ninguém sem trabalho; que não exista um ancião que se preocupe por estar mal assistido; que nenhum doente se veja abandonado; que não haja ninguém com fome e sede de justiça, e não possa saciá-la." Dá segurança pensar que um santo do céu sofreu ao perceber essas deficiências e sonhou com a solução delas.

O bem-aventurado João Paulo II, na sua segunda viagem ao Brasil, disse numa homilia em Cuiabá: "O Brasil precisa de santos, de muitos santos". Embora não tenha nascido aqui, podemos dizer que São Josemaría Escrivá é muito nosso, tem muito a ver com o Brasil.

(*) Monsenhor Pedro Barreto Celestino, nasceu em Juazeiro do Norte. É Doutor em Ciências da Educação (1967) e em Direito Canônico (1970) pela Universidade de Navarra (Espanha). Ordenado sacerdote em 1971, trabalhou até 1990 em São Paulo, como capelão universitário. Atualmente é vigário da Delegação da Prelazia do Opus Dei no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PENSAMENTOS - Por Edilma Rocha


" Nossa memória tem uma ligação direta com a sabedoria da Natureza, só que nos esquecemos de como usa-la. Talvez a intuição seja um momento de religação, de lembrança da nossa magia interior "




A solidão da dor - Emerson Monteiro


É isto, sim, invés de tratar do tema a dor da solidão, tocar um pouco neste tema, a solidão da dor. Naquele momento em que se acha face a face com a solidão de verdade, livre das contradições e dos conceitos. Portas e janelas fechadas ainda que ao sol do meio dia. Quando nem adiante gemer, muito menos chorar... E a dor dói de consumir por forte que se seja. Ali, na beira de nós mesmos, esses grandes desconhecidos, no limiar do Eterno, enquanto a dor dói de não ter tamanho. Onde uivam lobos e choram homens, mulheres e meninos. Sem idade, a dor traz o perdão, reduz a nada e atiça o peito das resistências, num desafio esplendoroso... Doloroso, quero dizer.

Isso de quando as vaidades caem de joelhos e querem entrar de buraco adentro, na fronteira da inexistência. Pouco ou muito importa o tamanho da herança, e a dor dói de não ter juízo que aguente... Irmã dor, qual dizia Francisco de Assis, nas suas longas viagens espirituais.

Os laços com tradição e experiências anteriores somem no abismo infinito onde, soberana, a dor dói... Pássaros cantam pelos quintais em festa; o vento sopra nas árvores; ressurge bonito o Sol; a Lua, linda, desfila no céu... Times jogam na televisão do domingo de tarde... Tocam sinos nas igrejas... E dói a dor com fome feroz de paciência a roer o coração dos humanos.

Meu Deus, como estreita o caminho e tudo de repente nos abandona quando dói a dor e o sofrimento pede passagem na avenida, encostas das florestas escuras do desassossego.

Pedir a quem tem para oferecer. Pedir sempre, que ninguém sabe quando a dor chega trazendo consigo o custo das impiedades desse solo dourado. Surgirá silenciosa no instante certo, mãe e mestra, amiga da plena glória, no tempo da colheita nos calendários que nos abandonarão.

Ah, amigo, quando a dor mostra seu rosto, na vitrine daquela solidão, não há bom, não há melhor... Viva, pois, de saber que maiores são os poderes da certeza, e junto deles manda, senhora, a dor que nos prepara o dia de invadir o leito da saudade na paz dos mistérios em constante movimento.

Paulo Freire : 90 Anos


No período de 12 a 18 de setembro de 2011, a cidade do Crato, no Cariri cearense, sediará a I Semana Freiriana do Cariri. O evento é uma iniciativa da Escola de Políticas Públicas e Cidadania Ativa – EPUCA, com patrocínio do Banco do Nordeste, do Governo do Estado do Ceará e da Revista Nordeste VinteUm. Todas as atividades da Semana serão gratuitas, à exceção das Oficinas Pedagógicas.

Assim, serão realizadas três Rodas de Conversa sobre temas relacionados à Educação, tendo por base as contribuições teóricas e práticas de Paulo Freire e o pensamento de especialistas convidados. As Rodas de Conversa acontecerão no Salão de Atos da URCA (Campus Pimenta), e terão como palestrantes a educadora Fátima Freire Dowbor, filha de Paulo Freire, o educador mineiro Tião Rocha, do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento – CPCD, e o educador e pesquisador freiriano João Figueiredo, da Universidade Federal do Ceará.

Além disso, serão realizadas 14 Oficinas Pedagógicas dirigidas a professores/educadores das redes pública e privada de ensino do Cariri e demais interessados, com ênfase nas áreas de metodologia e didática do ensino e nas novas temáticas e abordagens da Educação.

Todas as Oficinas serão realizadas no horário de 8h00min as 12h00min e de 13h30min as 17h30min, na Universidade Regional do Cariri (Campus Pimenta), e terão duração de 16 horas (2 dias) cada. Isto significa que cada pessoa poderá participar de até três Oficinas. Os valores das inscrições, por pessoa, serão: R$ 40,00 para uma Oficina, R$ R$ 70,00 para duas Oficinas e R$ 90,00 para três Oficinas.

A agenda noturna da Semana terá também uma Mostra de Vídeo com a exibição de 4 vídeos sobre Paulo Freire (biografia, educação, inspirações e legado). Cada sessão de vídeo será seguida de diálogo com os presentes, mediado por estudiosos do pensamento e da obra de Paulo Freire. A Mostra de Vídeo terá lugar no Teatro Municipal Salviano Arraes Saraiva (antigo Cineteatro do Crato).

Durante toda a Semana, tanto a URCA quanto o Teatro Municipal servirão de palco para o Festival de Saberes, Sabores, Sons e Cores da Gente. Serão realizadas atividades artístico-culturais que evidenciem o jeito de ser e de viver de comunidades urbanas e rurais dos municípios do Cariri, através de suas tradições, sua culinária, sua música, seu artesanato e outras formas de expressão.

“Essa é uma dimensão da compreensão freiriana de Educação que precisa ser reconhecida, valorizada e fortalecida”, destaca Joelmir Pinho, diretor geral da EPUCA e membro da comissão organizadora do evento. A programação completa do Festival será divulgada em material específico, no início de setembro de 2011.


Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial[1], tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.

Serviço

I Semana Freiriana do Cariri, de 12 a 18 de setembro de 2011 | Crato - Cariri - Ceará.

Informações e inscrições

Rua Santos Dumont, 87C | Centro - Crato-CE.

88 9953-0610 | 88 8110-4321 | 88 9624-4866 | 88 8806-1902 | 88 9216-2400 | 88 9211-7600

www.semanafreiriana.wordpress.com | epuca2010@hotmail.com | semanafreiriana@hotmail.com

UM ENCONTRO INESQUECÍVEL EM VÁRZEA ALEGRE...


Claude, Fran, Dr. Sávio, Dr. Rolim, Nadeja

Plateia - do evento: Medalhas Papai Raimundo entregues a cidadãos varzealegrenses...
Na hora do autógrafo do livro de Zé Bitu
Klébia e eu...
Morais, Dr. Savio e Fran em meio à plateia...
Os Bitus, acolhedores e amigos...

Claude e Maciej Babinski (pintor, gravador, desenhista, professor)
Pedro Piau e família
Dr. Sávio e Dr. Zé Bitu médico-escritor do Livro: "Camisa nova, seu doutor?"

"CADA AMIGO NOVO QUE GANHAMOS NA VIDA, NOS APERFEIÇOA E NOS ENRIQUECE, NÃO PELO QUE NOS DÁ, MAS PELO QUANTO DESCOBRIMOS DE NÓS MESMOS."
 

Amar é possível - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

O Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus, 22,34-40 nos revela que os fariseus perguntaram a Jesus qual o maior dos mandamentos. A resposta de Jesus foi outra pergunta. "O que diz a lei?" O fariseu respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Em seguida, acrescentou: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Vimos assim, que a resposta nivelou em importância o amor a Deus e o amor que nós devemos ter pelo próximo. “Quem não ama o irmão que vê, como pode amar a Deus que não vê?” Pergunta-nos João, outro evangelista.

Segundo Eric From, amar é uma arte e como todas as artes devemos aprendê-la. É fácil amar as pessoas com as quais convivemos, aquelas que consideramos normais dentro de padrões de comportamento estabelecidos. O difícil é amar as pessoas invisíveis pela sociedade: os catadores de lixo, os desvalidos que vivem perambulando pelas ruas sem um travesseiro onde recostar a cabeça, os alcoólatras, os menores abandonados, os mendigos, os de partidos políticos contrários ao nosso.

Vejam que belo exemplo da força do amor: aqui em Fortaleza, conheci a Casa do Menino de Jesus. É uma instituição que abriga menores cancerosos do interior do Estado e suas mães ou outras acompanhantes durante o tratamento a que aqui se submetem. Ao ver tamanha organização, o visitante imediatamente pergunta quem mantém aquela obra grandiosa. Apenas duas mulheres pobres através de donativos. A irmã Conceição e uma sua companheira de congregação, únicas religiosas que compõem aquela ordem.

Outro exemplo de como saber amar, li há uns dez anos em uma publicação da Campanha da Fraternidade. Era dia de visita no extinto presídio Carandiru, em São Paulo. Um sacerdote conversava em um dos bancos do pátio do presídio com um preso, quando observou uma senhora entrando com uma sacola enorme, indo ao encontro de um rapaz que estava sentado num banco próximo. Ao avistar esse rapaz, a mulher abraçou-o e beijou-o, e em seguida retirou da sacola, roupas e um bolo que foram entregues ao rapaz, tendo se mantido ao lado dele conversando animadamente. O padre, então comentou com o presidiário com o qual conversava. “Como é bonito o amor de uma mãe!” “Padre essa senhora não é a mãe dele. Ela é a mãe do rapaz que ele matou.” Respondeu-lhe o presidiário.

Mas quem é o nosso próximo, a quem devemos amar com a mesma força do amor que devemos devotar a Deus? Foi essa a pergunta que os doutores da lei fizeram a Jesus. E ele respondeu narrando a história de um homem que foi atacado por salteadores que o deixaram quase morto à margem da estrada. Passaram por aquele caminho um sacerdote, um doutor da lei e um samaritano. Os dois primeiros passaram ao largo, ignorando aquele homem ferido. O samaritano, porém, socorreu o desconhecido, curou suas chagas e pagou o tratamento que ele necessitava numa hospedaria. E Jesus perguntou ao doutor da lei: "Quem dos três foi o próximo daquele homem abatido?"

Ao narrar essa parábola, Jesus parece inverter a pergunta que lhe fizeram para "O que devemos fazer para sermos o próximo do outro?" Enfim, Jesus nos revela que o nosso próximo é aquele que encontramos em nossos caminhos.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Eleições no Cariri

Eleição para nova diretoria do Campus da UFC–Cariri

Acontecerá amanhã, 30 de agosto, a consulta para nova direção do Campus da UFC-Cariri, futura Universidade Federal Regional do Cariri–UFRC. Concorrem a este pleito duas chapas. Haverá urnas em todas as unidades acadêmicas do campus, sendo que o horário da sondagem, nos Campus de Barbalha e Crato, será das 8 as 17hs, e para a unidade de juazeiro, as urnas ficarão aberta até as 21hs. A apuração será feita no dia seguinte, a partir das 9hs, na sala da secretaria da pós-graduação.

Jardim e Altaneira terão novas eleições para prefeito

Os eleitores dos municípios de Jardim e Altaneira voltarão às urnas no próximo dia 4 de setembro para novos prefeitos e vice. Nestas duas cidades localizadas na região do Cariri, não se fala de outra coisa, pois todos os outros assuntos foram trocados pelas eleições que vão escolher prefeitos tampões.

Em 2008, Altaneira elegeu Antonio Dorival de Oliveira (PSDB) com 50,17% dos votos contra 49,83% dados a Joaquim Soares Neto (PSB). Dorival foi cassado e ainda recorreu contra a decisão, mas o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, arquivou ação cautelar interposto pelo mesmo querendo sustar as cassações.

Em 2008, a população de Jardim elegeu Fernando Neves Pereira da Luz (PMDB) com 55,18% dos votos contra 44,82% conferidos a José Alves Coutinho Júnior (PT). Depois, ele e o seu adversário tiveram suas candidaturas impugnadas. Fernando já exercia o cargo que lhe foi tomado. A Câmara de Jardim ainda tentou suspender decisão do TRE que determinou eleições diretas. A pretensão do Legislativo era ter a escolha do novo prefeito de forma indireta com o voto apenas dos vereadores.